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A epidemia acabou? Veja por que colaborar com ações de combate à dengue no inverno

Campinas saiu da situação de emergência para a dengue há quase dois meses, mas permanece em epidemia. Neste contexto, a Secretaria de Saúde reforça o alerta sobre a importância de ações contínuas durante o inverno para eliminar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, incluindo a abertura dos imóveis para o controle de criadouros.

O trabalho em residências e comércios para eliminar focos do mosquito e conscientizar a população é realizado diariamente na cidade por funcionários da empresa Impacto Controle de Pragas. Eles usam camiseta laranja com logo da empresa e calça cinza, e líderes das equipes vestem camiseta verde com as mesmas características. Dúvidas sobre a identificação podem ser esclarecidas pela população pelo telefone 156.

O número de imóveis visitados desde janeiro para controle de criadouros chega a 1 milhão desde janeiro. Além disso, foi realizada nebulização em 160,4 mil residências e comércios. 

Um levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostra que nas últimas semanas aumentou o percentual de imóveis inacessíveis aos agentes por estarem fechados, desocupados ou por impedimento dos moradores. O problema tem crescido pelo menos desde 2022, o que dificulta os trabalhos realizados no enfrentamento à doença.

Considerando-se as ações realizadas pela Pasta no primeiro semestre deste ano, o índice registrado ficou em 51,5%. Já nas primeiras semanas de julho, ele subiu para 52,2%.
 

  • 2022: 47,9%
  • 2023: 49,2%
  • 2024 (até junho): 51,5%
  • 2024 (três primeiras semanas de julho): 105,6 mil imóveis visitados e pendência de 52,5%

Quais os riscos?

O coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto, explicou que a manutenção de trabalhos preventivos no período mais frio do ano contribuiu para evitar aumento de casos nas estações mais quentes. Segundo ele, há temor que muitas pessoas deixem de lado um hábito que passou a ser rotina no primeiro quadrimestre.

“Houve uma redução expressiva do número de casos de dengue, mas de forma alguma a preocupação com a dengue está resolvida em Campinas ou no Brasil. O país registra neste ano a maior epidemia da história e, por isso, precisamos manter os cuidados com objetivo de evitar aumento de transmissão na primavera e verão”, explicou Fausto.

Desde 1º de janeiro Campinas já registrou 117.018 casos de dengue e 48 mortes. 

“A melhor forma de prevenção é eliminar qualquer recipiente que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. Os ovos dos mosquitos podem resistir por meses no ambiente, reforçando a importância do descarte adequado de todo material em desuso que possa conter ovos e acumular água. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados. Separe dez minutinhos por semana, isso faz toda a diferença”, ressaltou o coordenador do Programa de Arboviroses.

O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, como possíveis doenças preexistentes. Não há relação direta com a oscilação de casos.

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