Nossa Cidade
Alunos da rede municipal de ensino passarão a fazer exames de vista em rede credenciada
A partir de fevereiro, 4.646 estudantes das escolas municipais de Campinas vão passar por consultas oftalmológicas no Instituto Penido Burnier e na Clínica Oftalmocenter, ambas localizadas no centro da cidade. O credenciamento desses dois centros de saúde foi assinado na tarde desta quinta-feira, 21 de dezembro, pelo prefeito de Campinas Dário Saadi, durante uma cerimônia realizada em seu gabinete.
Os credenciamentos integram o projeto “Visão do Amanhã” que vai realizar anualmente, sempre no primeiro bimestre, exames de acuidade visual em todos os alunos matriculados em escolas municipais. O investimento da Secretaria Municipal de Educação é de R$ 1,1 milhão, e a intenção é atender até 14 mil alunos, em um período de um ano.
“Esse é um projeto que se tornará perene na rede. Porque os alunos vão chegar e aqueles que vão para consulta terão de ter o acompanhamento de um médico oftalmologista”, explicou o secretário municipal de Educação, José Tadeu Jorge.
Para o prefeito Dário Saadi, o "Visão do Amanhã" é uma iniciativa que faz com que o processo de aprendizagem do aluno aconteça em sua totalidade.
De acordo com o Censo Escolar, entre 10% e 20% da população infantil matriculada na rede municipal de ensino precisa de algum tratamento relacionado à refração. Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 7,5 milhões de crianças, em idade escolar, tenham algum tipo de deficiência visual e que 25% delas apresentam sintomas.
Projeto Visão do Amanhã
Do início deste ano até o momento, 34,7 mil estudantes passaram pelo teste de Snellen, que foi aplicado nos alunos pelos professores, após esses profissionais passarem por uma formação orientada pelo Instituto Penido Burnier.
Deste total, 20.039 estudantes fizeram um segundo teste, desta vez com a utilização de um aparelho. O equipamento indicou que 4.646 alunos deveriam ser encaminhados a uma consulta oftalmológica. O maior índice de indicações foi para as crianças com idade de 5, 6 e 4 anos, respectivamente.
O ranking das patologias foram astigmatismo, miopia, anisometropia, estrabismo, hipermetropia, anisocoria e emetropia. “O aumento da miopia se deve ao uso das telas e a falta de sol. A situação é grave e isso acarreta a evasão escolar e repetência”, afirmou o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.
Segundo o médico, uma pesquisa realizada com 36 mil alunos de Campinas, 50% deles melhoraram no rendimento escolar após o uso de óculos; 88% apresentaram mais interesse nos estudos; 91% passaram a fazer atividades que antes não faziam e 100% relataram não sentir mais dor de cabeça.