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Balanço aponta queda de 4% nas mortes em vias urbanas no ano passado
Com 73 vidas perdidas no trânsito, o município fechou o mês de dezembro com queda de 4% nos óbitos registrados em vias urbanas, em relação ao mesmo período de 2022, quando 76 pessoas morreram. É o que apontam dados preliminares do Boletim Mensal Informativo de Óbitos no Trânsito, desenvolvido pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). O número também é 6% menor que o registrado em 2021, quando 78 pessoas perderam a vida nas ruas de Campinas.
Quando se considera a soma dos óbitos em vias urbanas e rodovias, no entanto, os números preocupam, já que houve aumento de 6% no total registrado. Foram 160 óbitos em 2023 e 151 no ano anterior. Desse total, foram 82 óbitos em rodovias e em outros cinco não foi possível identificar o local do sinistro (acidente). Das cinco ocorrências, duas envolveram pedestres, um motociclista, um ciclista e um ocupante de demais veículos.
Os números são preliminares e podem apresentar alterações, uma vez que a Emdec considera como vítima fatal quem morre em razão das lesões decorrentes de acidentes de trânsito a partir do momento do acidente até 180 dias após sua ocorrência.
O presidente da Emdec, Vinicius Riverete, avalia que “o índice alcançado na malha urbana é resultado das ações preventivas e de ampliação da segurança nas vias da cidade que temos realizado. Toda vida poupada ou perdida é resultado dos nossos comportamentos no trânsito”, disse. “Porém, o número de mortes em rodovias vem evoluindo e preocupa. Embora a Emdec tenha gestão sobre o trânsito urbano, mantém parcerias com as concessionárias para promover ações conjuntas de conscientização”, completa.
Óbitos por tipo de usuário
Usuários mais vulneráveis no trânsito, os pedestres somaram 26 vidas perdidas entre janeiro e dezembro de 2023 e 28 em 2022 – uma queda de 7%, de acordo com o balanço preliminar. Já entre os motociclistas, o número se manteve estável, com 35 óbitos em 2022 e 2023.
Os pedestres e os motociclistas representam, respectivamente, 35,6% e 47,9% do total preliminar de 73 vítimas fatais registrado em 2023, em vias urbanas.
Também houve queda de 20% no número de ciclistas mortos – cinco óbitos em 2022 e quatro em 2023. Eles representaram 5,5% do total de óbitos em vias urbanas.
Entre os ocupantes de demais veículos, que representaram 10,9% do total de óbitos em vias urbanas, os números se mostraram estáveis. Foram oito óbitos em 2022 e em 2023.
Óbitos em rodovias elevam índices
Os dados campineiros seguem a tendência das rodovias federais e apontam alta no número de mortes em 2023. O número preliminar de 82 óbitos em rodovias dentro do perímetro urbano é 8,5% maior do que o registrado em 2022 (75). Em rodovias, a alta no número de óbitos é observada desde 2018, com o total de mortes registrado evoluindo para 65 (2018), 66 (2019), 69 (2020), 73 (2021) e 75 (2022).
Assim como ocorre na malha urbana, os sinistros (acidentes) registrados em rodovias são analisados pelo Comitê Intersetorial de Análise de Óbitos Programa Vida no Trânsito. O comitê é composto por representantes da Emdec, Secretaria de Transportes (Setransp), Secretaria de Saúde, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Polícia Militar Rodoviária e das concessionárias AB Colinas, CCR AutoBAn e Rodovias do Tietê, entre outras instituições.
A Emdec mantém parcerias com as concessionárias que administram rodovias para promover ações educativas, principalmente voltadas aos motociclistas e pedestres (usuários mais vulneráveis), realizadas durante o Movimento Maio Amarelo, a Semana da Mobilidade Urbana (Semob) e as campanhas de segurança viária.
Excesso de velocidade representa 29% dos fatores de risco
Do total de 73 óbitos registrados em vias urbanas, 40 tiveram os fatores de risco analisados pelo Comitê Intersetorial Programa Vida no Trânsito. O excesso de velocidade e o consumo de álcool representam, respectivamente, 29% e 23%, do total de fatores de risco analisados.
Educação, fiscalização e engenharia
Ao longo de 2023, diversas ações para salvar vidas no trânsito foram realizadas pela Emdec, nos eixos educação, fiscalização e engenharia de tráfego. Foram quase 500 ações educativas realizadas e 110 mil pessoas impactadas. As operações integradas de fiscalização somaram 3,7 mil autuações em 129 blitze.
Nos eixos engenharia de tráfego e sinalização, 13 pontos críticos de acidentalidade da avenida John Boyd Dunlop, via que mais concentra sinistros (acidentes) receberam obras de geometria, que promovem a redução da velocidade pelos veículos e priorizam a circulação dos pedestres.
Além disso, o trabalho de reforço da sinalização viária, que promove mais segurança na circulação, alcançou, em 2023, 212,9 mil metros quadrados de sinalização horizontal (solo). Também foram implantadas 7.574 placas (sinalização vertical) e 456 rampas de acessibilidade foram executadas.
A íntegra do Boletim Mensal Informativo de Óbitos no Trânsito pode ser acessada no endereço bit.ly/obitostransito2023.