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Bebida e direção: álcool esteve presente em 30 sinistros de trânsito em 2023

A combinação de álcool e direção pode transformar a alegria dos bloquinhos de carnaval em tragédia. Em 2023, o álcool esteve presente em 30 sinistros (acidentes) de trânsito registrados em Campinas. O número representa 39,5% dos 76 casos que tiveram os fatores de risco analisados. 
 
Durante o Carnaval de 2023, entre os dias 17 e 22 de fevereiro, foram registrados 22 sinistros sem vítimas fatais e três óbitos em vias urbanas. Em um dos casos, o condutor de uma motocicleta se chocou contra um poste e foram identificadas a presença de álcool e o excesso de velocidade como fatores de risco.
 
Os dados são da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). A ingestão de álcool pelas pessoas que se envolveram nos sinistros fatais foi maior, proporcionalmente, em rodovias. Entre os 36 sinistros fatais em rodovias analisados em 2023, a alcoolemia foi identificada em 15 (41,7%) casos. Já entre os 40 sinistros em vias urbanas analisados, 15 (37,5%) tinham o álcool como fator de risco. 
 
“Se for beber neste carnaval, escolha não dirigir. Não só porque é um comportamento sujeito à autuação, mas porque vidas podem ser salvas a partir de escolhas seguras no trânsito”, destaca o presidente da Emdec, Vinicius Riverete.
 
Na atualização mais recente, foram registradas 160 mortes no trânsito entre janeiro e dezembro de 2023, sendo 73 no eixo urbano, 82 em rodovias e em outros cinco casos não foi possível identificar o local do acidente.
 
 
Perfil das vítimas alcoolizadas
 
Para chegar ao perfil das vítimas fatais, as análises são focadas nos condutores de veículos e pedestres que faleceram, excluindo os passageiros de bicicleta, motocicleta e automóvel, já que estes não têm influência direta na circunstância dos acidentes. Dentre as 62 vítimas avaliadas (30 em vias urbanas e 32 em rodovias), foi identificada a presença de álcool em 27 (43,5%). Confira o perfil das vítimas em que foi detectada a presença do álcool:
 
Vias urbanas + rodovias
  • – 11 (40,7%) tinham idade entre 18 e 29 anos
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  • – 26 (96,3%) eram homens e 1 (3,7%) era mulher
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  • – 14 condutores de motocicletas (51,8%), 5 pedestres (18,5%), 5 condutores de demais veículos motorizados (18,5%) e 3 condutores de bicicletas (11,1%)
Entre os sinistros registrados em vias urbanas, foram analisadas 30 vítimas e o álcool foi identificado em 13 (43,3%) condutores ou pedestres. Veja o perfil das vítimas em que foi detectada a presença do álcool:
 
Vias urbanas
  • – 5 (38,5%) tinham idade entre 18 e 29 anos e 4 (30,8%) tinham entre 30 e 39 anos
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  • – Todos homens
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  • – 8 condutores de motocicleta (61,5%), 3 condutores de bicicleta (23%), 1 pedestre
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  • – (7,7%) e 1 condutor de demais veículos motorizados (7,7%)

 

Se for beber, não dirija
 
Quando se considera o total dos fatores de risco analisados em vias urbanas, o álcool foi o segundo principal causador dos sinistros registrados em vias urbanas, com 37,5% (15 casos) do total de fatores. Em primeiro lugar, aparece o excesso de velocidade, com 47,5% (19 casos).
 
Se a bebida for integrante da sua folia de carnaval, a Emdec orienta que sejam utilizadas outras formas de deslocamento. O transporte público, que contará com ônibus extras para atender os foliões, é uma das opções. Para quem se desloca de carro, a recomendação é que os ocupantes se revezem como motoristas da rodada durante os dias de folia. O transporte por aplicativo e a carona compartilhada são outras opções possíveis.
 
Para alertar os foliões sobre os perigos da combinação de álcool e direção, a Emdec está promovendo abordagens educativas em blocos de Carnaval.
 
"O último Relatório Global de Status sobre Segurança Viária de 2023, da Organização Mundial da Saúde, mostra que aproximadamente 10% das mortes no trânsito estão relacionadas à condução sob efeito de álcool. Dirigir sob a influência de álcool aumenta o risco de sinistros com morte e lesões graves, já que o álcool afeta a coordenação motora, capacidade de julgamento e visão, mesmo em pequenas quantidades”, explica Mariana Novaski, coordenadora de Dados da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, que mantém convênio com o município para promover ações de segurança viária.
 
Estudos realizados em países de baixa e média renda, como o Brasil, revelam que entre 33% e 69% dos motoristas fatalmente feridos e entre 8% e 29% dos motoristas não fatalmente feridos haviam ingerido álcool antes da ocorrência (32).
 
 
Multa chega a R$ 2,9 mil
 
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir veículo automotor sob influência de álcool é uma infração de natureza gravíssima, multiplicada por 10, com multa no valor de R$ 2.934,70, recolhimento e suspensão da habilitação por 12 meses e retenção do veículo.
 
Se o teor alcoólico for igual ou superior a 0,3 mg/L, o condutor responderá criminalmente. A pena para esse crime é de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. 
 
A análise para identificar os fatores e as condutas de risco dos sinistros fatais é realizada pelo Comitê Intersetorial Programa Vida no Trânsito, que é composto por membros dos seguintes órgãos: Emdec, Secretaria Municipal de Saúde, Polícia Militar, SAMU, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, Instituto Médico Legal (IML) e hospitais. A detecção da presença de álcool nas vítimas fatais é determinada a partir dos resultados dos exames de alcoolemia realizados no IML, pela identificação de odor etílico por membros das equipes de saúde ou pelo teste de etilômetro feito por policiais militares que atenderam a ocorrência. 

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