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Cai taxa de mortes de motociclistas em 2022, aponta boletim da Emdec

Cai taxa de mortes de motociclistas em 2022

Os números de 2022 indicam que, nos últimos 10 anos, houve uma redução de 21% na taxa de óbitos de motociclistas registrados a cada 10 mil motocicletas. Porém, quando comparamos os óbitos de 2022 (4,73 mortes para 10 mil motos) com o dado de 2021 (4,82 óbitos/10 mil motocicletas), a redução da taxa de mortes é de 2%. Os dados são algumas das informações que compõem o “Boletim de Vítimas Fatais no Trânsito – Motociclistas”, divulgado nesta quinta-feira, 27 de julho, data que marca o Dia do Motociclista. O levantamento foi realizado pela área de gestão da base de dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global (BIGRS), e visa conscientizar a população sobre fatores de risco que vêm interrompendo vidas nas vias do município.  

Apesar da estatística mostrar uma queda nos índices de mortes de motociclistas por 10 mil/motos no trânsito, não significa que os cuidados sobre duas rodas não precisem ser reforçados. Comparando os números absolutos de 2022 com 2021, foi registrado um aumento de 2,89%. Enquanto em 2021, 69 motociclistas morreram em Campinas, em 2022, foram 71. Por isso, neste Dia do Motociclista, a Emdec realizou ações em áreas de espera de motos em quatro pontos da cidade, pela manhã e pela tarde. Durante as abordagens, uma equipe de educação da Emdec distribuirá folhetos e orientará os condutores de moto sobre fatores de risco, além de falar sobre o uso correto do capacete e o respeito à sinalização.  

As abordagens ocorreram pela manhã na avenida Ruy Rodriguez, próximo à rua Antônia Ceregatti Albieri; e no cruzamento da avenida John Boyd Dunlop com a rua Lucio Esteves. E, à tarde, no cruzamento das avenidas Amoreiras com Dom Joaquim Mamede da Silva Leite; e no cruzamento da avenida Francisco Glicério com a rua General Osório. 

A atividade integra o programa de segurança viária 3Rs (Respeite, Repense, Reduza). Lançada inicialmente como uma campanha, a iniciativa foi transformada em um programa permanente, com ações educativas semanais, exclusivas para motociclistas, para promover a conscientização sobre a segurança de condutores e passageiros do veículo.

Unindo educação, comunicação, desenho de vias e fiscalização, o programa visa conscientizar sobre a condução segura, ampliar a segurança do motociclista e reduzir mortes e lesões.

No histórico de ações para motociclistas, em 2021, a Emdec realizou oito blitze educativas, atingindo 972 pessoas. No ano seguinte, 2022, o número cresceu para 5.720 pessoas abordadas em 20 ações em áreas de espera de motos e 35 blitze. Os motociclistas também foram abordados durante ações na av. John Boyd Dunlop, que contemplaram todos os atores do trânsito e alcançaram 25 mil pessoas.

Em 2023, 39 ações de rua e seis blitze educativas já foram realizadas, atingindo 5 mil motociclistas. Também foram promovidos dois workshops, com o treinamento de 35 motociclistas.

Na área de engenharia de tráfego, foram implantadas 24 áreas de espera para motos em cruzamentos com alta sinistralidade, desde 2021. E, em 2023, 35 ações de fiscalização integradas entre Emdec, Guarda Municipal (GM) e Polícia Militar (PM), com foco nos motociclistas, foram realizadas.

“Desde a pandemia, vem sendo observado, em diversas cidades, o aumento da frota de motos e de sinistros envolvendo motociclistas. Diante deste cenário, intensificamos este conjunto de ações voltadas a motociclistas, que busca a construção de um sistema mais seguro, que acomode o erro humano e, portanto, reduza lesões e óbitos”, explica a gerente da Divisão de Educação para Mobilidade Urbana da Emdec, Roberta Mantovani.

Vítimas jovens

O boletim também aponta que os jovens foram os que mais perderam a vida em motos, em Campinas, em 2022. As vítimas na faixa etária entre 18 e 27 anos são quase metade (45%) do total de óbitos de motociclistas.  

A idade chama a atenção se comparada à faixa etária predominante quando o recorte inclui todas as vítimas de trânsito (pedestres, ciclistas, motociclistas e garupas, e ocupantes de demais veículos). Neste caso, 51% dos óbitos foram de pessoas entre 30 e 59 anos, de acordo com o “Boletim de Vítimas Fatais no Trânsito 2022”, publicado pela Emdec em maio de 2023.   

É nas rodovias que as mortes vêm acontecendo com mais frequência: nelas, os óbitos aumentaram em 44%, enquanto nas vias urbanas a evolução foi de 9%, também considerando o comparativo com a média dos últimos três anos.  

Mais motos

Também foi registrado aumento da circulação das motos: em relação a 2013, a frota do veículo cresceu 27%. Em 2013, eram 118.491 motos circulando em Campinas. Em 2022, 149.958 motocicletas. Esse número representava 16% da frota licenciada em Campinas, no ano passado. O número contrasta com a quantidade de óbitos registrados já que os motociclistas foram quase metade (47%) das vítimas no trânsito.  

O documento aponta que o perfil masculino prevalece entre as vítimas: a cada 10 motociclistas mortos, nove são homens. E as noites e madrugadas dos finais de semana são os cenários mais frequentes para os sinistros (acidentes) fatais, que ocorrem mais aos domingos (29%), e entre as 18h e as 5h59 (68%).  

Excesso de velocidade

Os fatores de risco mais frequentes dos sinistros fatais de motociclistas são o excesso de velocidade (45%) e o consumo de álcool (40%).  

Diante deste cenário, um dado deve servir de alerta: 40% dos motociclistas excedem o limite de velocidade em Campinas, de acordo com estudo observacional realizado entre setembro e outubro de 2022 pela Johns Hopkins International Injury Research Unit (JH-IIRU), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e apoiada pela BIGRS. 

Clique aqui para conferir o “Boletim de Vítimas Fatais no Trânsito – Motociclistas”.

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