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Campinas acumula 11 meses sem assaltos nos ônibus do transporte público
Campinas completou 11 meses seguidos sem o registro de assaltos nos ônibus do sistema de transporte público coletivo municipal. Desde fevereiro de 2019, após a implantação do uso contínuo do tíquete QR Code (Quick Response Code; Código de Resposta Rápida) para o pagamento da tarifa embarcado, em substituição ao dinheiro, não há casos de roubos aos coletivos. O tíquete QR Code soma-se aos cartões da família Bilhete Único (BU) como forma de pagamento da passagem, dentro do ônibus, sem o uso da moeda em espécie.
“A medida, além de inovadora, mostrou-se extremamente assertiva. Depois da implantação do QR Code, em meados de janeiro do ano passado (2019), não ocorreram mais assaltos nos ônibus. Já são 11 meses consecutivos (de fevereiro até dezembro de 2019) sem o registro desse tipo de ocorrência. É uma situação que demostra estar consolidada e traz mais segurança durante as viagens, tanto para os usuários do transporte público, como também para os motoristas”, comemora o secretário de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro.
Em janeiro de 2019, antes do início da eliminação total do pagamento da passagem em dinheiro, em toda a frota, foram registradas 10 ocorrências de assaltos aos ônibus das empresas de transporte coletivo municipal, totalizando prejuízo de R$ 606,20. Em 2018 foram 164 casos, com montante de R$ 10,8 mil; e em 2017 foram registrados 309 roubos, que renderam aos assaltantes R$ 22,5 mil.
“Nossa grande preocupação, na época da implantação, estava no fato dos casos estarem contínuos e cada vez mais violentos. A qualquer momento poderia ocorrer algo mais grave. Sem o dinheiro nos caixas dos ônibus, não há o que ser roubado”, explica Barreiro. “Fechando o mês de janeiro de 2020, esperamos completar um ano sem ocorrências de assaltos nos ônibus, fato que merece comemoração”, completa o secretário de Transportes.
QR Code e BU
O QR Code é um código de barras bidimensional, impresso em papel, que armazena dados e caracteres. Ele tem a codificação da tarifa e pode ser usado pelos passageiros eventuais, substituindo o dinheiro. O bilhete com o QR Code não proporciona a integração. A validade é de 30 dias, contados a partir da data da emissão, sem possibilidade de reembolso.
O tíquete QR Code, em papel, pode ser adquirido nos terminais de ônibus, Poupatempo Centro, Poupatempo Campinas Shopping, sede da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc) e em cerca de 300 estabelecimentos credenciados, que podem ser consultados no site da Transurc.
Também é possível adquirir o QR Code virtual pelo celular, pagando com cartão de crédito, com disponibilidade 24 horas por dia. Basta instalar o aplicativo Transurc Smart, disponível nos sistemas Android e iOS. Para liberar a catraca, o usuário deve aproximar o tíquete de papel ou o código gerado na tela do celular na base abaixo do validador.
Já a família Bilhete Único possui os cartões: Comum, Vale Transporte, Escolar, Universitário, Idoso e Gratuito. Cada um voltado para um público específico; e com valores de tarifa diferenciados. Além disso, o cartão BU permite a integração, ou seja, o uso de mais de um ônibus, pagando apenas uma tarifa, por um período de 2h, todos os dias da semana.
Pagamento sem dinheiro
O processo de eliminação do dinheiro como forma de pagamento embarcado da tarifa do transporte público de Campinas foi iniciado pela Administração municipal em 2014. Em agosto de 2014, foi lançado o Programa de Aperfeiçoamento Profissional (PAP), oportunidade de requalificação profissional aos cobradores que deixaram o sistema, oferecendo cursos gratuitos para diferentes áreas de atuação, por meio de parceria da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc) com o Serviço Social do Transporte (Sest) / Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).
Em 1º outubro de 2014, foram habilitados o Bilhete 1 Viagem e Bilhete 2 Viagens. O primeiro, destinado às entidades assistenciais e sociais, públicas ou privadas, mediante cadastramento prévio. O segundo, direcionado aos passageiros eventuais, com direito a viagens de ida e volta, com cobrança de casco.
Em 20 de janeiro de 2017, teve início o projeto piloto do uso do QR Code em 25 ônibus de oito linhas dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio. Em 17 de fevereiro de 2018 não foi mais possível pagar a tarifa em dinheiro dentro dos ônibus que partem do Terminal Central. A medida foi estendida para o Terminal Mercado (1 e 3), em 21 de julho de 2018. E em 19 de janeiro de 2019 ocorreu a eliminação total do pagamento embarcado da passagem de ônibus em dinheiro, em toda a frota do transporte coletivo de Campinas.