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Campinas define adicional emergencial para médicos de CSs abertos aos finais de semana

A Prefeitura de Campinas publicou um decreto nesta quinta-feira, 28 de março, onde estabelece pagamento de adicional emergencial e de plantões fora de escala para médicos que trabalham em centros de saúde (CSs) abertos aos finais de semana. Diante da epidemia de dengue, a Secretaria de Saúde começou a aplicar na semana passada um esquema de funcionamento ampliado para receber pacientes com sintomas da doença.

A medida pode beneficiar 337 médicos. O pagamento irá ocorrer desde que sejam respeitados o teto estabelecido pela Administração e o limite de 44 horas semanais.

O decreto tem validade enquanto Campinas permanecer em situação de emergência para a dengue. A cidade declarou esta condição em outro decreto definido em 7 de março.

Como é o esquema?

Dez CSs abrem neste sábado, 30 de março, com horário ampliado para receber pacientes com sintomas de dengue. O objetivo é reforçar a assistência à população e, ao mesmo tempo, reduzir a demanda por atendimentos na Rede Mário Gatti.

As unidades funcionam das 7h às 17h e a Secretaria de Saúde repete o esquema especial aplicado pela primeira vez no sábado passado, quando foram atendidos 1.071 pacientes. Outras três que tradicionalmente abrem das 7h às 13h permanecem com este horário.

Por outro lado, a Pasta revisou o planejamento para este domingo, 31, e todos os 68 CSs do município permanecem fechados. Isso porque, no domingo anterior, o CS São Bernardo ficou aberto neste período ampliado e recebeu somente 124 pessoas ao longo do dia.

A avaliação é de que a demanda nesta proporção pode ser recebida pela Rede Mário Gatti, sem provocar impactos significativos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos prontos-socorros dos dois hospitais municipais, direcionados para média e alta complexidade. Além disso, a reorganização gera economia.

A Secretaria de Saúde ressalta, porém, que o fechamento pode ser novamente revisto para domingos posteriores caso aumente a busca de pacientes com sintomas de dengue por assistência médica. Esta lista compreende sinais como febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor nos olhos, vômito, dor nas articulações e manchas vermelhas no corpo (exantema).

Quais CSs abrem sábado?

As dez unidades com horário ampliado, das 7h às 17h, são: Florence, Valença, Ipê, Aeroporto, Capivari, Santo Antônio, União dos Bairros, Aurélia, São Quirino e Campo Belo. Neste grupo, nove já recebiam pacientes aos sábados, das 7h às 13h, antes da nova medida aplicada pela Secretaria de Saúde. A única que não abria era a do Campo Belo.

Das 7h às 13h, as unidades recebem todos os casos. Já a partir deste horário, os atendimentos serão direcionados para pacientes com sintomas de dengue.

Já as três que continuam funcionando das 7h às 13h são: DIC 1, Santa Lúcia e Vista Alegre

Durante o sábado, o Laboratório Municipal também funciona para receber amostras de exames e, com isso, facilitar o direcionamento de ações por equipes de saúde.

Expectativa de melhorias

A ampliação do funcionamento foi anunciada pelo prefeito, Dário Saadi, em 21 de março. Ele destacou que o objetivo é fazer com que os pacientes de casos considerados de baixa complexidade busquem pelas unidades básicas para assistência médica. “Assim, serão destinados à Rede Mário Gatti os casos de média e alta complexidade”, destacou.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

Os endereços dos 68 CSs de Campinas estão disponíveis na página: https://portal.campinas.sp.gov.br/secretaria/saude/pagina/centros-de-saude

O que já foi feito

A Secretaria de Saúde informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios diante do contexto do aumento de casos da doença. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

A Prefeitura realizou neste ano oito mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 35,4 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito transmissor. Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços são encontrados inacessíveis pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em virtude de impedimento dos moradores.

A Administração passou a usar a estratégia de utilização de drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.

Ações de 2024 em números – atualização até 25 de março

– Controle de criadouros: 254,3 mil imóveis visitados

– Nebulização costal: 37,7 mil imóveis visitados

– Nebulização veicular: cobertura de 37,4 mil imóveis

– Busca ativa + controle de criadouros: 49 mil imóveis visitados

– Avaliação de densidade larvária realizada por agente comunitário de saúde: 27,1 mil imóveis visitados

– Avaliação de densidade larvária feita por agente de apoio ao controle ambiental: 1,6 mil imóveis visitados

Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,3 mil imóveis visitados

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.
 

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