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Campinas é 1º lugar em prêmio da Fiocruz na categoria Saúde e Ambiente
Em nome da cidade, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, recebeu o diploma atestando o 1º lugar obtido pelo município no prêmio “10+ Colaboradores do SISS-Geo” da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na categoria Equipes/Unidade de Saúde, Ambiente e outros Órgãos.
A entrega ocorreu nesta quarta-feira, dia 18, no gabinete do prefeito no Paço Municipal. Campinas fez jus ao prêmio pela cooperação e articulação entre Defesa Civil, Secretaria de Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) e voluntários.
A coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, professora Marcia Chame, responsável pela plataforma SISS-Geo, trouxe o diploma do Rio de Janeiro, e o entregou ao prefeito. Após a cerimônia, ela participou de treinamentos com a comunidade em Campinas, e de reunião virtual da equipe campineira com a cidade de Cuiabá (MS).
A entrega festiva do prêmio, cujo objetivo é reconhecer e agradecer aos colaboradores, ocorreu em 29 de março de 2022 em uma cerimônia on-line, e nesta quarta foi feita a entrega oficial.
Siss-Geo
O Siss-Geo é um sistema de informação em saúde da Fiocruz para monitorar a fauna, a vigilância de emergências de zoonoses, e conservar a biodiversidade. Tem como base a participação da sociedade e órgãos parceiros. É uma forma de monitorar “eventos sentinelas”, que alertam para a circulação de doenças que têm os animais como hospedeiros, como a febre amarela, por exemplo.
O prefeito Dário Saadi disse que está muito orgulhoso pelo reconhecimento recebido pelo município e também parabenizou a Fiocruz pelo trabalho que faz pela saúde em todo o Brasil. “Campinas está feliz com esse prêmio e temos que agradecer à Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde, e à Defesa Civil por esse trabalho importante”.
Do Rio de Janeiro (RJ), a professora Marcia Chame veio a Campinas a trabalho e ressaltou que fez questão de agradecer e reconhecer mais uma vez a atuação da cidade. Afirmou que Campinas é um exemplo para outros municípios no que concerne à união da Defesa Civil com a Saúde, e ao trabalho de campo.
Segundo ela, o SISS-Geo é parte de um plano nacional de controle e prevenção de arboviroses. A febre amarela representa um grande estudo de casos com pesquisas, modelos e delimitação de corredores de transmissão e a vigilância em saúde, e os voluntários é que fornecem esses dados por meio do SISS-Geo. “Hoje é possível prever a ocorrência de casos dois meses antes, o que dá tempo da vigilância se organizar, vacinar e buscar as pessoas que estão afastadas. O cenário de febre amarela ainda é persistente no sul do Brasil com muitos casos de primatas mortos. Mas não temos casos humanos ocorrendo”, especificou.
Presente na entrega do diploma, o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambom, disse que a Pasta está aberta a projetos conjuntos com a Fiocruz. “Sei que há muito trabalho sendo feito e a Secretaria está à disposição para parcerias”, ofereceu.
Também participaram do encontro a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben; o coordenador de Operações da Defesa Civil, Daniel de Oliveira; a coordenadora da UVZ, Elen Fagundes; e a assessora técnica do Devisa, Priscilla Pegoraro.
Modelo para o Brasil
Treinamentos no uso da plataforma por diferentes cidades brasileiras estão sendo fornecidos pela Fiocruz. Dentro do programa Construindo Cidades Resilientes, da Organização das Nações Unidas, do qual Campinas faz parte e é multiplicadora, o município também treina gestores de outras cidades para realizar a vigilância de zoonoses com o uso do SISS-Geo.
Nesta quarta-feira, dia 18, foi a vez da cidade de Cuiabá (MT) conhecer a experiência de Campinas com o sistema, durante reunião on-line. Gestores da Defesa Civil e da Secretaria de Saúde local participaram do encontro, que teve a professora Marcia Chame como uma das participantes junto ao grupo de Campinas.
Treinamento para a Comunidade
Desde o início do projeto, 120 pessoas já foram capacitadas para uso do SISS-GEO em Campinas. Entre os participantes estão servidores da Defesa Civil e das Unidades de Vigilância de Zoonoses, membros do Comitê de Arboviroses, funcionários de parques de Campinas e cidadãos da comunidade. Além da Defesa Civil e da Secretaria de Saúde, a Secretaria Municipal de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas também promove as capacitações.
O último treinamento foi realizado na manhã desta quarta-feira, dia 18, com a participação de 20 pessoas na Associação de Moradores do Bairro Carlos Gomes e Jardim Monte Belo. Também nesta ocasião, a professora Marcia Chame participou da ação.
O SISS-Geo pode ser usado para registrar observações sobre a fauna (disponível para celulares Android). Esses registros fornecem dados, que ficam armazenados para estudos posteriores.
O banco de dados é alimentado pelos usuários, que postam a foto e aspectos dos animais silvestres encontrados. Campinas foi pioneira no sistema em São Paulo. Técnicos da Defesa Civil e da UVZ começaram a empregá-lo na Operação Estiagem de 2021.
A primeira região monitorada foi a realizada em Sousas e Joaquim Egídio. De 14 de abril de 2021 a 15 de maio de 2022, foram feitos 928 registros de animais encontrados em Campinas pelos participantes locais. Desses, 803 foram registros da UVZ.