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Campinas faz 5º mutirão de 2024 contra a dengue na Guerra contra o mosquito

A Prefeitura de Campinas realizou neste sábado, 24 de fevereiro, o 5º mutirão de 2024 para prevenção e combate à dengue. A iniciativa de guerra contra a doença percorreu imóveis dos bairros Vila Vitória, Mauro Marcondes, Vida Nova I, Vida Nova II e Parque Aeroporto, das 8h às 12h. 
 
O prefeito em exercício, Wanderley de Almeida, participou da ação e deu início ao 5º mutirão. "É um trabalho de convencimento da população pois 80% dos criadouros estão dentro das residências. Nós não vamos vencer esta batalha se não tiver o apoio e a participação da população", disse Wanderley de Almeida.
 
O trabalho é uma parceria entre a Administração Municipal e a EPTV, afiliada à TV Globo, por meio da 7ª Campanha Regional de Combate ao Aedes aegypti.
 
Os locais foram selecionados por causa do número de casos confirmados ou suspeitos de dengue nos últimos 14 dias. O objetivo da ação é mobilizar a população para mais cuidados, especialmente com os resíduos: jogar lixo nos locais corretos, destinar ao ecoponto e não utilizar terrenos baldios são tarefas importantes para evitar criadouros e reduzir casos.
 
O coordenador do Programa de Arboviroses da Secretaria de Saúde, Fausto de Almeida Marinho Neto, explicou que esta é uma chamada para que a população faça parceria com o poder público na luta contra o mosquito da dengue. 
 
"Hoje foram realizadas três ações. Em uma delas os agentes percorreram as casas e orientam sobre os cuidados e prevenção de focos do mosquito. Na segunda ação, as equipes atuaram nos comércios com orientações específicas para os comerciantes e uma terceira equipe agiu em 12 pontos onde foram identificados trabalhadores que trabalham com resíduos, catadores e recicladores para orientá-los quanto aos cuidados. O número de casos de dengue está em ascensão então é muito importante que todos estejam trabalhando juntos para conseguir diminuir o impacto da doença", disse o coordenador.
 
Esforço conjunto
 
O mutirão neste sábado reuniu mais de 130 agentes da Saúde, incluindo trabalhadores da empresa Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros. Eles usaram uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. O caminhão cata-treco também fez parte da ação. Os agentes contaram com a colaboração da população que, em caso de dúvidas, deve acionar a Defesa Civil pelo telefone 199.
 
A auxiliar de limpeza Terezinha de Fatima Soares abriu os portões de sua casa para que a agente de saúde pudesse entrar e auxiliá-la sobre a presença de possíveis focos de mosquitos. "Vou me desfazer de todos os locais que podem ser criadouro de mosquito, como os pratinhos de plantas, que podem acumular água, para prevenir a dengue", disse a moradora do bairro Vida Nova. 
 
A Administração repetiu a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do mosquito Aedes aegypti como piscinas e caixas d'água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
 
O mutirão foi multisetorial e contou com apoio de profissionais das secretarias de Serviços Públicos, Habitação, Educação, Assistência Social e de Trabalho e Renda, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa e Emdec. O balanço das ações deve ser divulgado na segunda, 26.
 
Estatísticas
 
De janeiro até quinta-feira, 22, a cidade teve 6.730 casos confirmados de dengue, mas nenhum óbito. Além disso, Campinas já registrou um caso importado de chikungunya.
 
Agenda
 
Os próximos mutirões já têm datas definidas. Os locais, contudo, serão definidos mais próximos de cada agenda, conforme a situação epidemiológica verificada pela Saúde.
– 9 e 23 de março
– 6 de abril
 
Preocupação
 
Na primeira semana de fevereiro, a Saúde recebeu a confirmação dos primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz e antes disso a metrópole só havia registrado sorotipo 1
 
A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue ocorre pela primeira vez em Campinas. Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.
Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios.
 
Orientações sobre assistência
 
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
 
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
 
O que já foi feito?
 
A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença.
 
Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis em quatro mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença. Além disso, somente em 3 de fevereiro, um mutirão da Secretaria de Serviços Públicos recolheu 1,4 mil toneladas de lixo e entulho descartados irregularmente em áreas públicas de Campinas.
 
O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril.
 
Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
 
Comitê de prevenção
 
Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
 
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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