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Campinas recebe prêmio por detecção e redução da incidência de sífilis
Campinas recebeu, nesta terça-feira, 22 de outubro, o prêmio Luiza Matida, pela redução na taxa de incidência de sífilis congênita em 2017 e aumento na taxa de detecção de sífilis em gestante. A cidade ficou atrás apenas da capital, entre 20 municípios com mais de 100 mil habitantes. A ação aconteceu em São Paulo, durante a 4ª Semana Paulista de Mobilização contra a Sífilis Congênita – Diagnosticar e tratar a gestante com sífilis reduz a sífilis congênita.
O evento foi promovido pelo Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP, em parceria com o setor de Atenção Básica da Secretaria de Estado da Saúde e com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS).
“Este prêmio é um reconhecimento, mas principalmente um incentivo para que o município continue implementando políticas e ações para a diminuição de casos de sífilis nas mães e bebês”, disse o secretário de Saúde, Carmino de Souza.
Os dados que colocam Campinas nesta classificação referem-se a 2017. Naquele ano, a cidade registrou 65 casos de sífilis congênita, uma redução de 19% com relação ao ano anterior; e aumentou em 8% o número de casos detectados em grávidas, o que reduz os riscos para o feto.
De acordo com a infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Valéria Almeida, os dados apontam que Campinas está no caminho certo. “Detectar a sífilis em gestantes, durante o pré-natal, nos possibilita tratá-las e, assim, evitar a perda do feto ou mesmo sequelas no bebê. É importante reforçar que a sífilis tem cura, mas as sequelas deixadas, em casos de infecção do feto, não”, explicou.
Ainda segundo a infectologista, a sífilis é a IST- Infecções Sexualmente Transmissíveis que mais atinge a população. “Como toda DST, a melhor forma de prevenir é com a utilização do preservativo. Mas, caso haja a infecção, é preciso tratar. No caso da gestante, o quanto antes ela e o parceiro forem tratados, menores são os riscos para o feto”, completou.
Nos últimos anos, Campinas tem apresentado redução significativa nos casos de sífilis congênita, aquela que afeta o bebê durante a gestação. Em 2016, foram registrados 84 casos na cidade; em 2017, este número caiu para 66. Em 2018, o município registrou 47 casos e este ano, até 31 de agosto, foram 35 notificações.
Há três tipos de sífilis: em gestantes, congênita (quando ocorre a transmissão da doença da mãe para o bebê, durante a gravidez) e adquirida. A detecção da doença auxilia no tratamento precoce dos pacientes e, especificamente entre gestantes, a possibilidade também do tratamento do bebê intraútero, impedindo a sífilis congênita.
Dados do Estado
Pela primeira vez em dez anos, o Estado de São Paulo reduziu em 3% o número de casos de sífilis congênita. É o que aponta levantamento realizado pelo Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP, unidade da Secretaria de Estado da Saúde. Os dados indicam queda de 4.125 casos em 2017 para 4.012 em 2018, segundo os últimos números disponíveis.
Prêmio
O “Prêmio Luiza Matida (3ª edição) e “Menção Honrosa Luiza Matida” (2ª edição) é uma premiação em caráter municipal ou regional, concedido a municípios que atingem os critérios estabelecidos para a premiação ou grupos técnicos bipartites regionais que apresentam experiências exitosas que contribuam para a redução da sífilis congênita.