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Campinas registra 1º caso de chikungunya contraído na cidade
O primeiro caso autóctone – contraído na própria cidade – do vírus chikungunya foi registrado em Campinas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 1º de setembro, pela Secretaria Municipal de Saúde.
Campinas tem este ano nove casos diagnosticados do vírus: o autóctone e outros oito, todos importados (contraídos fora da cidade). A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Segundo informações do secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza, a paciente manifestou os sintomas em junho e ficou dez dias internada em um hospital particular, mas a confirmação do registro só foi feita recentemente pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. A mulher é vizinha de outra pessoa que veio da Bahia, já com a doença.
“A partir do momento em que o caso foi dado como suspeito, foi realizado rapidamente o bloqueio no bairro. Não encontramos nenhum outro caso depois dessa data. Nós consideramos o problema ali resolvido, mas fica o alerta à população: precisamos intensificar a remoção e eliminação dos criadouros do mosquito”, disse o secretário de Saúde.
Carmino de Souza informou que, em outubro, os mutirões serão retomados e também haverá uma capacitação dos profissionais da rede de saúde para a doença. “Nós temos que alertar a população que a chikungunya é a maior ameaça entre as arboviroses, muito mais que a dengue, que a zika e a febre amarela. É uma doença extremamente grave e impactante. O enfrentamento é não deixar o mosquito nascer”.
O secretário reforçou a importância de evitar a proliferação do mosquito. “Nós da saúde pública vamos reiniciar os mutirões, faremos os bloqueios, mas é preciso cuidar da transmissão doméstica. A gente precisa que cada cidadão cuide da limpeza da sua casa”.
Carmino de Souza lembrou que os casos de dengue reduziram drasticamente, de 2016 para cá: hoje são 105 notificações de dengue e 49 de zika, todas transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.
Dores extremas
A chikungunya, de todas as arboviroses, é aquela que tem se mostrado a mais grave: na fase inicial há febre alta e, em alguns casos, nos Estados do Nordeste, têm levado à morte. Um segundo aspecto preocupante sobre a doença é que, de todas as arboviroses, a chikungunya é aquela que cronifica: os pacientes podem ficar meses e anos com dores extremas, incapacitando a pessoa.
“Essa condição causa enorme impacto no indivíduo e na saúde pública. Isso porque esses pacientes exigem cuidados em período longo, às vezes até o final da vida”, disse o secretário.
A diretora da Vigilância em Saúde, Andrea Von Zuben, explicou que os sintomas da chikungunya são parecidos com os da dengue e zika, mas são bem mais intensos como febre, manchas vermelhas na pele, coceira, dor de cabeça e fortes dores nas articulações.
“No caso da chikungunya, tudo é mais rápido, o potencial de transmissão é muito grande, muito mais que do dengue e da zika. Em muitos casos, em período curto de tempo”, comparou.
A diretora pediu que, em caso de sintomas, a pessoa deve procurar o mais rápido possível uma unidade de saúde. “Desse modo podemos agir rapidamente para não deixar a doença disseminar”, ressaltou.