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Campinas registra 42% menos focos de queimadas entre maio e julho deste ano
O município de Campinas registrou 42% menos focos de queimadas entre maio e 26 de julho de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados estão no relatório da Operação Estiagem divulgado em reunião do Comitê Gestor da Operação desta sexta-feira, 28 de julho, na Sala de Resiliência do Paço Municipal.
Foram registrados 80 focos de queimadas neste intervalo, enquanto no mesmo período do ano passado (considerando todo o mês de julho) foram 138 registros. Também houve diminuição no número de vezes em que a cidade entrou em Estado de Atenção: foram 9 de maio a julho deste ano versus 41 no mesmo do ano passado. Há diminuição, também, nos registros de Estado de Alerta: apenas 1 no período, contra 4 em 2022.
Para o coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, a diminuição é uma soma de fatores que incluem a questão climática e a intensificação da fiscalização. O fenômeno atmosférico El Niño, por exemplo, é responsável por aumentar as chuvas na região Sul e parte do Sudeste brasileiro e pode explicar as mudanças observadas neste ano.
“Tivemos mais chuva no período da estiagem neste ano e a fiscalização também surtiu efeito ao coibir novas ocorrências e reincidências. Todos os locais com foco de incêndio identificados pelos satélites são vistoriados posteriormente e o proprietário pode ser multado”, afirmou.
Comunidade Resiliente Vigilantes do Fogo
Na reunião desta sexta-feira, 28, também foi definida a criação do projeto “Comunidade Resiliente Vigilantes do Fogo”. A iniciativa terá a participação do Corpo de Bombeiros, da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), gestora da Mata de Santa Genebra, da Defesa Civil e das secretarias Municipais de Saúde e Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Serão dois dias de atividades: em 19 de agosto, na Mata de Santa Genebra, e em 26 de agosto, no Jardim São Marcos. Os pontos de encontros serão informados posteriormente e poderão participar até 30 pessoas em cada um dos dias.
Nos encontros, os participantes receberão orientações e dicas de como proceder se avistar focos de incêndio, animais mortos ou feridos, entre outras situações. Um dos focos da atividade será o treinamento para utilização da ferramenta SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre) que pode ser usada pela população para registrar on-line ou offline observações sobre a fauna.
Moradores que tiverem interesse podem se inscrever pelo formulário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeOcoeuCz_DFa2XTLIAdDx7-FcuSOoUd3w3tDm8scYAyMkHxQ/viewform .
“Nossa proposta é envolver a sociedade no exercício de uma vigilância participativa. Queremos que a comunidade esteja integrada no esforço de resiliência e da redução dos riscos de desastres em nossas operações. O morador vigilante é aquele que vai avisar os Bombeiros se ver um foco de incêndio ou os órgãos de saúde se encontrar um animal morto, que possa indicar a circulação de uma doença como a febre amarela. Também vai entender e compartilhar a importância das abelhas na polinização e do cuidado com os animais e a Mata”, disse Furtado.
Segundo o presidente da FJPO, Cidão Santos, esse projeto é muito importante porque engaja a sociedade na defesa do meio ambiente. “Quando alguém coloca fogo na Mata, não vai atingir apenas a vegetação, mas também vai queimar o ‘mundo dos animais’, a casa deles. É importante que possamos conscientizar as pessoas para ter esse cuidado e para que possam ser vigilantes junto com o poder público, fortalecendo iniciativas de educação ambiental”.
Equipamento
A Defesa Civil de Campinas também entregou ao 7º Grupamento de Bombeiros mais de 30 equipamentos para utilização em atividades de combate a incêndio. Entre eles estão abafadores, cantis, facão, luvas, óculos de proteção, bomba costal e lanternas. A entrega foi feita após a reunião da Operação Estiagem, no Paço Municipal.
Conforme Sidnei Furtado, historicamente, o mês de agosto é o pior da Operação Estiagem e o material doado vai ser um reforço na reposição de equipamentos utilizados pela corporação. “O Corpo de Bombeiros é parte integrante e essencial da Operação Estiagem e essa doação vai ajudar os agentes em suas atividades”, destacou.
Operação Estiagem
A Operação Estiagem 2023 começou em maio e vai até 30 de setembro. Durante esses quatro meses, período mais seco do ano, quando aumenta o risco de focos de incêndio, doenças respiratórias e crises hídricas, as ações de prevenção e monitoramento de incêndios são intensificadas na cidade.
Coordenada pela Defesa Civil, a Operação é acompanhada pelo comitê gestor formado por sete secretarias municipais, uma autarquia e uma empresa pública. O comitê contribui no planejamento, articulação, coordenação, execução e avaliação dos programas, projetos e ações de prevenção e controle dos efeitos da estiagem no município.