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Carlão do PT participar de seminário na Unicamp que aborda lei sobre ensino da África
Nesta sexta-feira, a Comissão Especial de Estudos da Lei 10.639/03 da Câmara Municipal de Campinas e o Fórum de Educação e Diversidade das Relações Étnico Raciais realizam o Seminário “130 Anos de Escravização Negra no Brasil – Perspectivas e Metas do Ensino de História da África”.
O evento, que tem início às 16h, no Auditório da Faculdade de Educação da Unicamp contará com as presenças do reitor da universidade, prof. Marcelo Knobel, da professora Dirce Djanira Pachego e Zan, diretora da Faculdade de Educação da e do vereador Carlão do PT, presidente da Comissão Especial de Estudos da Lei 10.639.
Durante o encontro, uma mesa de trabalho discutirá a aplicação da lei 10.639, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
Para essa mesa foram convidados o advogado Eginaldo Marcos Honório, a professora da Unicamp Ângela Soligo e integrante da Comissão de Estudos Edna Lourenço.
Segundo o vereador Carlão do PT, “estamos unindo esforços com a Unicamp para buscarmos alternativas para que a lei 10.639 seja devidamente aplicada, o que não acontece atualmente”, comenta.
Pesquisa – Pesquisa realizada entre agosto de setembro de 2016 com educadores da rede municipal sobre o ensino das histórias e culturas africana e afro-brasileira buscou saber como está aplicação da Lei 10,639 no município de Campinas.
Dos 7080 educadores entre professores, Agentes de Educação Infantil, Gestores e Gestores de Nível Central, apenas 218 responderam à pesquisa que foi disponibilizada no sistema Educação Conectada. Este fato já revela o silêncio da rede de ensino em relação à temática racial.
O estudo também procurou identificar a composição dos trabalhadores da rede municipal de ensino; 22,5% são negros ou pardos; 73,4% brancos, 1,4% amarelos; o,9% não declararam e 1,8% se autodeclararam como outros.
Sobre o contato com a questão étnico-racial na formação inicial, 47% dos profissionais evidenciaram não ter tido contato com a temática. Já 42,4% destacam que tiveram contato de forma transversal em diversas disciplinas. Apenas 10% em disciplinas específicas. Os dados demonstram a lacuna da formação inicial docente acerca da temática.
“O resultado da pesquisa demonstra a existência de leis não garante o seu cumprimento, face à cultura do silêncio. Deveria haver por parte do poder público maior investimento na formação e estrutura adequada ao trabalho com as africanidades”, conclui Carlão.