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Ceasa estabelece padrão de qualidade para tomates comercializados no entreposto
A Ceasa-Campinas, por meio do Projeto de Cooperação Técnico-Científico entre a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (FUNDAG), em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), publicou boletim técnico que estabelece padrões de qualidade e de classificação para tomates de mesa (de consumo doméstico) comercializados no entrepostos. A publicação ocorreu no início de maio e visa padronizar a produção da fruta desde o pós-colheita até a comercialização final. Na publicação, o produtor rural encontra recomendações práticas para reduzir perdas no campo, aumentar o aproveitamento do hortifruti e reduzir custos na cadeia de produção.
O tomate está entre os dez hortifrútis mais comercializados na Ceasa, com um volume de aproximadamente 40 mil toneladas/ano. A publicação está disponível para consulta online: http://www.ceasacampinas.com.br/sites/ceasacampinas.com.br/files/info/arquivos/Hortifruti/BoletimTecIAC234.pdf
Para o presidente da Ceasa, Valter Greve, a publicação do boletim junto com IAC demonstra a capacidade técnica da Ceasa e a preocupação com a qualidade da produção dos nossos permissionários no campo. Registramos um significativo aumento no volume de produção de tomate em 2022 e 2023, ou seja, estamos falando de um trabalho que visa mitigar a perda no campo e que o produto chegue saudável na mesa do consumidor, diz. “O trabalho é contemporâneo e teve como base o conhecimento prático dos pesquisadores a partir da interação e visita à produção agrícola de nossos permissionários, tudo acompanhado pelo nosso Centro de Qualidade”, afirma Grave.
“As orientações contidas no boletim, uma vez aplicadas, visam aspectos importantes como a redução do desperdício em todos os elos, do campo à mesa, uma vez que o tomate é um produto perecível e frágil” diz Ricardo Munhoz, Chefe do Departamento de Agricultura da Ceasa. Munhoz ressalta ainda que o aprimoramento da classificação da fruta resulta em recurso para um comércio mais justo, permitindo melhores resultados ao produtor rural e maior acesso socioeconômico ao consumidor.
Segundo Munhoz, para a elaborar o material, classificado de Boletim 234, com 43 páginas, foram realizados diagnóstico qualitativo dos principais gargalos tecnológicos e pontos críticos no segmento pós-colheita, desde o campo de produção até a comercialização final. “Para isso, os técnicos realizaram trabalho no campo de produção, passando pelo galpão de classificação e embalagem e transporte até a comercialização na Ceasa” diz.
O estudo orienta os produtores na aplicação de Boas Práticas Agrícolas (BPA) da produção abrangendo toda a cadeia, desde o sistema de controle de segurança do alimento quanto aos riscos biológicos, químicos e físicos, a produção da matéria-prima até o beneficiamento, distribuição e consumo.
Entre as normas estabelecidas estão os aspectos físicos – fragmentos de metais e madeira, materiais das embalagens e pregos; químicos como resíduos de agroquímicos, produtos de limpeza, metais pesados e os biológicos – vírus, bactérias e fungos.
Estudo
A pesquisa ocorreu entre novembro de 2018 e março de 2020, quando foi realizado levantamento por meio de questionários e entrevistas, para diagnóstico qualitativo, dos principais gargalos tecnológicos e pontos críticos no segmento pós-colheita de tomates de mesa, desde o campo de produção, passando pelo galpão de classificação e embalagem, transporte até o ponto de comercialização na Ceasa-Campinas. Além disso, foram coletadas amostras de tomate dos tipos Italiano, Longa Vida e Débora, nas épocas das chuvas (janeiro a abril) e da seca (julho e agosto), em diferentes etapas da cadeia produtiva – colheita, após manuseio e classificação e na Ceasa, para avaliação dos impactos sobre a qualidade e as perdas de tomates de mesa. No estado de São Paulo foram visitados municípios das regiões de Itapetininga, Amparo, Mogi Mirim, Campinas, São João da Boa Vista e do sul de Minas Gerais.
As amostras de tomates de mesa foram classificadas segundo a Instrução Normativa no 33, de 18 de julho de 2018, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e também seguindo a classificação praticada pelos produtores de tomate e permissionários da Ceasa. Além dessa classificação, os frutos foram analisados quanto ao estádio de maturação, cor, pH, acidez titulável e teor de sólidos solúveis.
As Boas Práticas Agrícolas (BPA) consistem em um conjunto de princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas nas etapas da produção, processamento e transporte de produtos vegetais alimentícios e não alimentícios, orientadas a promover a oferta de alimento seguro, cuidar da saúde humana, proteger o meio ambiente e melhorar as condições dos trabalhadores rurais e sua família.