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Nossa Cidade

Centro da cidade ganha mural em prédio para exaltar a figura feminina

O artista Fabiano Carriero Eiras, de Campinas, realiza sua primeira pintura em uma empena – a lateral livre de um prédio – no centro da cidade. A obra pode ser vista no edifício Dona Othilia, cruzamento das avenidas Dr. Moraes Sales com Júlio de Mesquita. Trata-se do projeto “Carne de Caju – Fabiano Carriero Eiras”, premiado pelo edital ProAc Expresso da Lei Aldir Blanc n° 51/2020. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo apoia a iniciativa. O artista terminou a pintura neste sábado, 16 de outubro, e agora está na fase de retirar os andaimes. 

A pintura tem 30m x 6.5m e a concepção poética da obra, intitulada “Carne de Caju”, tem inspiração na música “Morena Tropicana”, composta por Alceu Valença e Vicente Barreto, presente no disco Cavalo de Pau (1982). “Assim como nesta composição, a obra tem a intenção de exaltar a força, a beleza e a importância da figura feminina, sem deixar de lado a necessidade de reiterar o respeito devido a todas as mulheres, em um sentido amplo, rompendo com padrões de beleza e uniformizações estéticas”, explica o artista.

Neste projeto, premiado pelo histórico de realização em artes visuais, Carriero deu um passo à frente em sua carreira de muralista, por meio da realização de seu primeiro trabalho em uma empena. O resultado foi uma obra original com grandes proporções, que terá destaque e impacto visual na paisagem urbana. Valendo-se de técnicas de pintura com pincel, com rolo de pintura e, eventualmente, com o stencil, o artista utillizou tintas próprias para pintura de paredes externas, conferindo maior durabilidade à obra.

“De maneira geral, o projeto ‘Carne de Caju’ busca ampliar o acesso à cultura, construindo com a população o entendimento de que a pintura de empena e o muralismo ressignificam a urbanização, transformando a paisagem formada pelos prédios em uma exposição a céu aberto que reúne uma arte viva e genuinamente pública”, disse o artista.

Sobre o artista

Fabiano Carriero nasceu em Campinas em 1981 e passou parte da infância e adolescência em em Araruama-RJ, onde aprendeu muito com a vivência de moleque descalço. De volta à cidade em 2003, fez cursos de HQ e caricatura na Escola Pandora, com os cartunistas Bira Dantas e Paulo Branco.

A partir de 2007, Carriero manteve assiduamente o seu “cantinho” na Praça Imprensa Fluminense, o Centro de Convivência de Campinas, onde todo fim de semana é realizada a Feira Hippie. Até pouco antes da pandemia, o artista expunha seus trabalhos no local, divulgando a produção para um enorme número de pessoas interessadas em artes, artesanato, quitutes e antiguidades. Começou nesta feira como caricaturista, mas nos últimos tempos focou mais na venda de quadros e gravuras, conquistando, assim, não só um viver da arte, mas também a possibilidade de espalhar a reflexão de uma obra.

Em 2011, Carriero inaugurou seu primeiro ateliê, localizado na Av. Barão de Itapura, espaço em que realizou inúmeros debates artísticos, nove exposições, muitos encontros e feiras, e onde ficou até meados de 2014. Um ano antes, em 2013, havia ingressado na PUC-Campinas, graduando-se em Artes Visuais após alguns semestres aperfeiçoando sua técnica em gravuras, sob influência do artista e mestre Paulo Cheida Sans. Adquiriu, então, intimidade com as diferentes linguagens das artes plásticas.

Em 2016, após se formar, Carriero continuou dedicando seu tempo à pintura, à gravura e às diferentes vertentes das artes urbanas – ou públicas, como gosta de chamar – tais como “lambe-lambe”, stickers e o próprio muralismo. No mesmo ano, inaugurou um novo espaço criativo, o Ateliê Folha, localizado na Vila Industrial, local em que continuou realizando encontros, exposições e feiras até o início de 2020. 

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