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Ceprocamp apresenta experiência de Campinas em Congresso Internacional
As experiências vivenciadas pela equipe pedagógica do Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp), dentro das práticas do Serviço de Apoio Escolar (SAE), serão apresentadas no dia 5 de agosto, no IV Congresso Online Internacional: Saúde Mental e Direitos Humanos das populações vulnerabilizadas, promovido pelo Centro Educacional de Novas Abordagens Terapêuticas (Cenat), cujo objetivo é debater e trocar experiências entre pessoas e organizações na construção de novas práticas em saúde mental, com enfoque nos Direitos Humanos.
O Serviço de Apoio Escolar (SAE) foi implantado em 2022 no Ceprocamp como forma de garantir a escolaridade efetiva dos alunos que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica cultural e/ou risco social. Desde sua criação, já atendeu 238 estudantes. “Além do número de atendimentos, que aumentou expressivamente, passando de 32 no primeiro semestre de 2022, para 115 no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 260%, observamos também redução de impactos negativos em relação a questões envolvidas com a saúde mental, ansiedade, conflitos, problemas de relacionamento e evasão escolar”, observa Andréa Jaconi, gerente dos Programas de Educação Profissional do Ceprocamp, que assina o trabalho juntamente com a coordenadora do SAE, Sandra Mara Fulco, a orientadora pedagógica do Ceprocamp, Ana Regina Pinheiro, e o supervisor educacional Antonio Donizeti Leal.
Andréa explica que o serviço surgiu das interações com os alunos da escola, do conhecimento das realidades presentes em relatos dos próprios alunos e dos professores, de queixas e encaminhamentos para o serviço de Educação Especial ou Psicologia Escolar, das dificuldades enfrentadas pelos alunos e observadas no cotidiano da escola e da necessidade de se buscar caminhos acolhedores e alternativos, dentro ou fora do contexto escolar. “Além dos cursos profissionalizantes oferecidos aos alunos, a escola pretende ser uma proposta para a mudança de vida. Assim, o serviço de apoio da Educação Especial, já existente no Ceprocamp, oferecia atendimento especializado a alunos com deficiências e transtorno global no desenvolvimento. No entanto, em alguns casos, alunos encaminhados para este atendimento também necessitavam de uma avaliação em outras áreas. A proposta do SAE representou uma nova possibilidade para a escola e para os alunos, realizando um esforço coletivo com as várias esferas da instituição”, completa.
Acolhimento e escuta
Coordenadora do serviço, a pedagoga Sandra Mara Fulco, afirma que a criação do SAE se justifica pela busca de uma escola inclusiva e acolhedora, para assegurar o acesso, a permanência e o sucesso para todos estudantes. “Garantir o direito à educação, numa escola inclusiva, implica criar mecanismos que possam contribuir para a igualdade de condições no acesso, na permanência dos alunos e para a qualidade do ensino, possibilitando aos educadores intervenções em situações de evasão e abandono”, aponta. Sandra conta que o SAE é produto de percepções, olhares e escutas cotidianas na interação com os diferentes atores escolares, do conhecimento da realidade dos alunos, das preocupações e/ou queixas dos professores sobre dificuldades de aprendizagem e de convivência no espaço escolar. “O objetivo do serviço é buscar, por meio de uma escuta atenta e acolhedora, a garantia de permanência dos alunos que, em função de se encontrarem em situação de vulnerabilidade e/ou fragilidade biopsicossocial, apresentam dificuldades ou prejuízos no percurso escolar”.
Para que o trabalho se desenvolva de forma plena, o Ceprocamp conta, além do olhar atento da equipe pedagógica, com um grupo de estagiários de Psicologia: Davi Alves de Andrade, Wallaf Gabriel de Oliveira Rosa, Lorena Lima Machado e Bianca Ramos Ribeiro. Desemprego, aspectos ligados à saúde mental, violência doméstica, entre tantos outros problemas que podem refletir no desempenho e na trajetória escolar dos alunos, são problemas atendidos pela equipe de apoio. Os atendimentos são classificados em três níveis: básico (mais objetivos e de menor complexidade – problemas de escolaridade, de relacionamento entre alunos ou professores, insatisfação com o curso ou escola, orientações gerais, questões de acessibilidade), médio (mais específicos, de maior complexidade, que exigem um esforço maior a curto prazo – vulnerabilidade socioeconômica, saúde mental) e avançado (que extrapolam os limites de uma instituição de ensino, casos que requerem intervenções e acompanhamentos médicos contínuos, além do uso contínuo de medicamentos psicotrópicos controlados).
Congresso
O IV Congresso Online Internacional: Saúde Mental e Direitos Humanos das Populações Vulnerabilizadas será realizado nos dias 4 e 5 de agosto, das 8h30 às 17h30, com a participação de especialistas do Brasil e do Exterior. Mais informações sobre a programação e as inscrições podem ser obtidas no link.
Entre os temas discutidos, estão: davulnerabilidade social à vulnerabilidade psíquica: Uma proposta de cuidado em saúde mental, Impacto do racismo na saúde mental, Saúde mental da população em situação de rua, a importância da linguagem e das narrativas em como entendemos nosso mundo e amenizamos nosso sofrimento, Saúde mental da população LGBTQIAPN+ e Saúde mental dos adolescentes privados de liberdade.