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Nossa Cidade

Cessão provisória da Estação Cultura pela União possibilita intervenções

O prefeito em exercício de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira, e o superintendente do Patrimônio da União em São Paulo, coronel Eduardo Santos Barroso, assinaram o contrato que estabelece a cessão provisória da Estação Cultura pelo Governo Federal, por meio da Superintendência do Patrimônio da União (SPU). A cerimônia foi realizada na manhã desta terça-feira, dia 23 de julho, no Paço Municipal, e reuniu também o secretário de Cultura, Ney Carrasco, a secretária de Educação, Solange Pelicer, autoridades e funcionários da Estação Cultura.

 

 

“Temos um dos complexos ferroviários mais preservados do mundo em sua integralidade”, afirmou o secretário Ney Carrasco, citando que o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) considerou o espaço como Território Arqueológico e Parque Cultural, transformando-e em área preservada e tombada, impedindo, assim, sua descaracterização.

 

Segundo o titular da pasta, a iniciativa “abre muitas portas”. Mencionou que está em andamento o processo para a formalização de um acordo de cooperação com o Instituto Pedra (especializado na recuperação de móveis tombados) para o restauro da Estação. “Para a continuidade, precisávamos desse primeiro passo”, reiterou. “Meu sonho é a implantação de um parque cultural ferroviário, onde as pessoas possam caminhar e ter ações no espaço inteiro com a recuperação dos galpões.”

 

Carrasco destacou o “empenho” do prefeito em exercício Henrique Magalhães Teixeira e de sua equipe nas intervenções de negociação para a cessão, que não “mediram esforços” para a concretização do projeto.

 

O coronel Eduardo Santos Barroso fez questão de afirmar que o contrato é “fruto da filosofia” da SPU, que busca estabelecer a gestão e  governança sobre os imóveis em parceria com os demais governos e com isso dar destinação útil e eficaz às edificações. A cessão ainda é provisória, afirmou o coronel, por conta de questões burocráticas, mas, até o final do ano, a situação deverá estar resolvida e a cessão se tornar definitiva. “Temos a mais pura convicção da relevância que esse patrimônio representa para a cidade”, concluiu.

 

“A coisa mais gostosa é quando a gente consegue trabalhar em parceria porque reverbera de maneira positiva na sociedade”, disse o prefeito em exercício, Henrique Magalhães Teixeira, várias vezes mencionado como um dos fortes articuladores para o contrato de cessão. “Propusemos ao prefeito Jonas Donizete uma articulação centralizada no Gabinete e agora, com esse documento, poderemos realizar diversas  intervenções e estudos naquele complexo tão rico e importante para a cidade.”

 

Estação

Formada por um complexo de auditório, salas multiúso, galerias, espaços a céu aberto e patrimônios abertos à visitação,a Estação Cultura é, atualmente, sede da Sinfônica de Campinas, da Coordenadoria Setorial de Patrimônio Cultural, da Coordenadoria de Ação Cultural e da Escola Municipal de Cultura e Arte.

O local recebe vários tipos de eventos, como shows, cursos, oficinas, feiras, palestras e exposições de artistas de Campinas e de toda a região.

 

História

A Estação Ferroviária, hoje denominada Estação Cultura Prefeito Antonio da Costa Santos, foi inaugurada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro no dia 11 de agosto de 1872. A primeira Estação sobreviveu até meados de 1882, quando foi demolida. Um novo prédio foi inaugurado em 1884 e foi ampliado até os anos 1950, quando tomou a forma atual. A partir de 1971, passou a fazer parte da Fepasa (Ferrovia Paulista SA).

 

Em abril de 1982, a Estação foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), como patrimônio do Estado de São Paulo. Em Janeiro de 1989, foi aberto o processo de tombamento do Complexo Ferroviário junto à Estação e começaram os estudos mais aprofundados acerca das diversas edificações componentes do pátio ferroviário.

 

Em 1998, a Fepasa foi incorporada pela Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) e passou a ser administrada pela empresa privada Ferrovia Bandeirantes S.A. (Ferroban), que assumiu as responsabilidades por parte do Patrimônio da RFFSA em São Paulo. Devido à ênfase dada pela Ferroban ao transporte de cargas, a desativação completa dos serviços de passageiros se deu em 15 de março de 2001, data em que partiu o último trem com destino à Araraquara.

 

Em 2001, o então prefeito Antônio da Costa Santos implanta um projeto para revitalização do centro, tendo como objetivo principal fazer a Estação voltar a fazer parte do Circuito Cultural e Social da cidade. No mesmo ano, declarou o complexo ferroviário, com exceção das áreas utilizadas pela Empresa Ferroviária, como de Utilidade Pública de Campinas.

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