Esportes
COI suspende inquérito sobre protesto de Saunders e mantém caso Mao
O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse nesta quarta-feira (4) que ainda está esperando uma explicação formal das autoridades olímpicas da China sobre o motivo de duas de suas ciclistas terem subido ao pódio usando emblemas com o rosto do ex-líder Mao Tsé-Tung nos Jogos de Tóquio.
O COI também informou que suspendeu a investigação sobre um gesto feito pela medalhista de prata de arremesso de peso norte-americana Raven Saunders no pódio após a morte da mãe da atleta.
O Comitê Olímpico Chinês disse que providenciará um relatório “em breve” e garantiu ao COI que o gesto não se repetirá.
“Estamos em contato com o Comitê Olímpico Chinês, que nos garante que receberemos uma resposta formal plena em breve”, disse o porta-voz do COI, Mark Adams. “Mas eles também nos garantem que isto não acontecerá novamente”.
As ciclistas Bao Shanju e Zhong Tianshi usaram os emblemas durante a cerimônia de entrega de medalhas na segunda-feira, uma possível violação das regras olímpicas sobre a exibição de objetos de teor político.
A dupla usou os emblemas, comuns na China durante meio século, mas uma possível violação da Regra 50 da Carta Olímpica, depois de conquistarem o título de velocidade de equipe feminina de ciclismo no Velódromo de Izu.
Embora o COI tenha suavizado sua Regra 50 no mês passado para permitir gestos, como se ajoelhar, contanto que não atrapalhem o evento e com respeito pelos outros competidores, proibiu tais manifestações nos pódios.
No início da semana, a entidade disse estar investigando Saunders por ela ter feito um X com os braços acima da cabeça na cerimônia de premiação no domingo (1º), o que mais tarde ela indicou ter se tratado de uma expressão de apoio aos oprimidos.
“Ouvimos nesta manhã a notícia muito triste do falecimento da mãe de Raven Saunders”, disse Adams. “O COI oferece suas condolências a Raven e sua família. Vocês entenderão que, dadas as circunstâncias, o processo está totalmente suspenso por ora”.
O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) disse que o gesto não violou suas regras, já que foi uma “expressão pacífica em apoio à justiça racial e social que foi respeitosa com seus concorrentes”.