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Nossa Cidade

Coletivo fotográfico feminino “Carolinas” apresenta a mostra “ReExistir”

A exposição “ReExistir”, que integra a programação da 10ª Mostra Luta!, em cartaz no Museu da Imagem e do Som de Campinas até o dia 28 de outubro,  é a primeira intervenção do coletivo feminino “Carolinas”, formado pelas fotógrafas Cintia Antunes, Fabiana Ribeiro, Gabriela Zanardi, Sandra Lopes e pela especialista cultural, Juliana Siqueira. A abertura acontece no dia 25, quarta-feira, a partir das 19h, seguida de roda de conversa com as autoras e convidadas.

 

 

A mostra reúne 20 imagens impressas em tecido nas dimensões 1,20 metro x 0,80 centímetros. A opção por este tipo de suporte é uma das propostas do grupo que busca a tridimensionalidade das imagens, uma vez que o tecido  tem movimento e interage com o espaço.

 

A fotógrafa e arte-educadora Cintia Antunes foi buscar na adolescência o protagonismo de suas imagens. “Somos únicas quando reconhecemos a beleza da diversidade, nos amamos, respeitamos e potencializamos o melhor de nós. É só através de muito amor próprio e empoderamento que mulheres se libertam e podem inspirar outras mulheres”, afirma.

 

As fotos são registros das atividades que desenvolveu durante a oficina de fotografia do projeto EmPodera. “A adolescência é uma fase de muito embate a respeito de identidade, sofremos uma pressão gigantesca sobre os padrões de beleza, é nessa faixa etária que temos que desconstruir e empoderar.”

 

 

O “instante decisivo”, famoso conceito criado por Henri Cartier-Bresson (1908-2004), está na concepção e estética da profissional Fabiana Ribeiro. Através do olhar forte e certeiro das meninas da Comunidade Nelson Mandela, liderada por mulheres, o registro pulsante do fotojornalismo. As imagens pontuam vários momentos da comunidade, desde a reintegração de posse, o local provisório onde as famílias permanecer por um período e o novo espaço de ocupação na região dos  DICs (Distritos Industriais).

 

 

 

A mulher, o seu corpo, a autoaceitação  e a liberdade de escolha. O olhar intimista, feminista e poético traz o universo feminino para o centro das discussões da fotógrafa Gabriela Zanardi.

 

 

Os tempos de ódio, intolerância e desrespeito, “onde se discute a ‘cura gay’ e a escolha da opção sexual é considerada ‘doença a ser tratada’” estão nas cenas da fotógrafa Sandra Lopes. “Corpos e nudez que existem na arte desde que o homem começou a desenhar e pintar paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre na pré-história, conhecida como arte rupestre”, destaca.

 

 

 

Para o coletivo “é importante  estar no espaço público e poder empoderar linguagem e voz feminina que sofrem constantemente com as tentativas de silenciamento muitas vezes brutal. Ocupar os espaços e discutir dentro deles as questões das mulheres, trabalhador@s, negr@s, indígenas, estudantes, LGBTs, movimentos sociais e problematizar as discussões e conteúdos para a reconstrução democrática”.

 

 

“ReExistir traz algumas proposições do existir e resistir no Brasil pós-golpe em que temos lutas constantes por direitos básicos como saúde, moradia, educação, cultura, gênero  e identidade onde democracia e liberdade são ameaçadas constantemente pelo ultraconservadorismo que mostra a face fascista, não dialética, cheia de ódio e violência. As minorias que são a grande maioria da nossa população brasileira sofrem  com as tentativas de invisibilidade e cerceamento das vozes. Só assim nos tornamos protagonistas da nossa própria história”, conclui.

 

 

Carolinas

 

 

O nome “Carolinas” surgiu da ideia de incluir as diferentes linguagens femininas fotográficas e suas autoras. Uma homenagem à escritora negra Carolina de Jesus e a educadora Carolina Florence e “a outras mulheres expressivas da história da fotografia, como Vivian Maier, Diane Arbus, Helen Levitt, Dorothea Lange”. 

O coletivo cita, ainda, Gerda Taro, “a primeira fotógrafa a morrer em uma guerra, e que é  muitas vezes ofuscada pois várias de suas fotografias são atribuídas ao companheiro da época, o fotógrafo Robert Capa”. 

 

 

“No Brasil”, complementa,  “Alice Brill, Claudia Andujar, Nair Benedicto, Monica Zaratinni, Marlene Bergamo são nomes emblemáticos da fotografia”.

 

 

Na diversidade de linguagens, “Carolinas” tem a proposta de ser inclusivo e agregar a produção feminina local  no processo de democratização de imagens e informações.

 

 

Serviço

Exposição “ReExistir”

Abertura: 25 de outubro, quarta-feira, a partir das 19h.

Visitação: 25 de outubro a 26 de novembro.

Horário: terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, das 10h às 16h.

Local: Museu da Imagem e do Som de Campinas (Rua Regente Feijó, 859. Centro. Campinas.SP).

Entrada gratuita.

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