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Esportes

Coluna – Mais alto, mais rápido e mais forte para a Copa do Brasil

É bem provável que você esteja ligado nas madrugadas, acompanhando aqui na Agência Brasil as medalhas e os principais resultados dos brasileiros nos Jogos de Tóquio. A gente espera quatro anos por isso, dessa vez foram cinco, mas nós não podemos, também, tirar os olhos do que acontece no futebol brasileiro. Se ele não consegue parar nem quando a seleção brasileira está em campo, imagina se pararia agora!

A disputa já começa nesta terça-feira (27) pelas oitavas de final, que valem uma premiação de R$ 3,45 milhões para quem se classificar para a próxima fase. Tem duelos difíceis, de grande rivalidade, outros entre equipes da Série A, e alguns mais fáceis, ao menos hipoteticamente, antes de a bola rolar. Mas é sempre bom lembrar que a Copa do Brasil, por ser disputada em sistema eliminatório, agora em partidas de ida e volta, permite surpresas. Nessa atual edição, por exemplo, o Internacional foi eliminado em casa pelo Vitória, o Cruzeiro caiu para o Juazeirense, o Corinthians não passou pelo Atlético-GO, e se esses três resultados não podem ser considerados “zebras”, o que dizer da vaga conquistada pelo CRB no duelo contra o poderoso Palmeiras?

O Verdão estava na 25ª participação e sofreu a quinta eliminação para uma equipe que não está na primeira divisão do futebol brasileiro. Nesse critério, o Botafogo é o recordista absoluto, com 13 eliminações, a última esse ano, para o ABC, que está na Série D. O Atlético-MG vem em seguida, com dez eliminações, a última no ano passado para o Afogados (PE), que nem na D estava. E a lista segue destacando o Internacional, Vasco e Fluminense, cada um deles com sete eliminações surpreendentes.

Será que teremos mais alguma surpresa esse ano?  O Vasco está na Série B, mas seria surpresa eliminar o São Paulo? Claro que não!! E o mesmo se aplica para o Vitória sobre o Grêmio. O confronto entre os Atléticos, Paranaense e Goiano, é dos mais equilibrados, ambos na Primeirona; como o Atlético Mineiro, que tem algum favoritismo contra o Bahia. O Fluminense leva pequena vantagem sobre o Criciúma – de qualquer forma, a vitória dos catarinenses, que estão na Série C, seria uma surpresa, mas não um vexame tricolor. Penso o mesmo do Fortaleza, que está em bom momento na Série A. Mas o CRB ocupa o mesmo terceiro lugar, na Série B, e há a rivalidade nordestina. Uma vitória alagoana seria uma surpresa ainda menor, que a do Tigre sobre os cariocas. Os outros dois jogos, esses sim têm grandes favoritos: o do Flamengo contra o ABC e o do Santos, contra o Juazeirense.

Se a gente considerar que quem está na Série A é favorito e quem faz melhor campanha vai repetir a performance agora na Copa do Brasil, teremos nas quartas de final Atlético Mineiro, Athletico-PR, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Santos e São Paulo. Mas para que confirmem em campo essa previsão fria, baseada apenas em números, cada um deles terá de se valer de um bom futebol conjunto, com qualidade técnica e aptidões físicas dignas dos olímpicos, mais altos nas jogadas aéreas, mais rápidos nos ataques e contra-ataques e mais fortes no corpo a corpo. Até porque, ao contrário dos Jogos, nesses jogos competir pode ser legal, mas o importante é sair com a vaga.

E não dá pra não falar da Olimpíada. De uma medalha em especial, a da pequena Rayssa Leal. Como nós, brasileiros, amamos uma história de vitória pessoal; como é bom ver que, dentro de um atleta, ainda bate um coração infantil; como é bom perceber que a esperança se renova, que existe futuro. Que é possível sorrir, e cumprimentar o vencedor com alegria. Depois do que Rayssa fez, eu trocaria de novo o lema olímpico: Mais alto, mais rápido, mais forte e mais felizes. Juntos.

* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil

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