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Esportes

Coluna – Sorteio permite a times brasileiros sonhar com Libertadores

Antes de ter início o sorteio dos cruzamentos das oitavas-de-final da Copa Libertadores havia receio de enfrentar, de imediato, um grande concorrente pela frente. E não era para menos. Flamengo, Internacional, Fluminense, Atlético-MG e Palmeiras, que ficaram em primeiro lugar em seus grupos, viam no outro pote as bolinhas de Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e do São Paulo, entre os mais fortes. E ao final do evento, a maioria respirou aliviada: só o time mineiro pegou a conhecida “pedreira”.

A partir de agora, o caminho até a final está traçado. Uma das chaves ficou com Flamengo, Internacional e Fluminense; a outra, com Atlético-MG, São Paulo e Palmeiras. Pra começar a análise, vamos pelo número de conquistas de cada lado. Na primeira, temos três campeões, com um total de sete títulos: três do Olímpia (PAR), dois do Internacional e outros dois do Flamengo. Na segunda, sete campeões e 18 títulos: seis do Boca Juniors, quatro do River Plate, três do São Paulo, dois do Palmeiras e um do Racing, do Argentino Juniors e do Atlético-MG.

Só essa situação – dos títulos – já nos antecipa outra: numa das chaves, a posição das equipes no ranking da Conmebol é bem inferior à dos times do outro lado da tabela. O Flamengo, 6º, por exemplo, vai pegar o Defensa y Justicia (ARG), 37º. Dos três, é o que pega o adversário, teoricamente, mais fraco. Mas não custa lembrar que o DYJ é o atual campeão da Copa Sul-Americana e venceu o Palmeiras, nos pênaltis, na Recopa. Se passar, já poderemos ter um clássico que decidiu o título brasileiro de 1987 – Flamengo x Internacional, 18º no ranking, que pega o Olímpia (PAR), 12º, nas oitavas. E desse duelo nacional sairá um brasileiro para, possivelmente, encarar o Fluminense (39º) numa semifinal. O Tricolor carioca pega o Cerro (PAR), 11º do ranking, e depois, se tudo der certo, o vencedor de Vélez (ARG, 33º) x Barcelona (EQU, 31º). Dá pra sonhar, não acham? Não chega a ser uma tarefa hercúlea.

Já do outro lado, a dificuldade é bem maior. O Atlético-MG, 19º no ranking, terá de superar o Boca (2º) e, depois, muito provavelmente o River (1º), que terá uma tarefa bem mais fácil nas oitavas – talvez até a mais tranquila -, contra o Argentinos Juniors, 81º, rival argentino conhecido e o de pior ranking sul-americano entre os classificados desta fase da Libertadores. Ou seja, para ser semifinalista, o Galo terá de passar pelos dois primeiros colocados do ranking e dos maiores campeões da competição – o maior é o Independiente (ARG), com 7, e que disputa a Copa Sul-Americana; aliás, será o adversário do Santos, apontado em sorteio também realizado nesta terça-feira (01).

E quem seria o rival do Galo, se ele chegasse na semifinal? Palmeiras, 4º do ranking, ou São Paulo (13º), que poderão se encontrar nas quartas-de-final, repetindo a final do último Paulistão. O Palmeiras, antes, vai encarar o Universidad Catolica (CHI, 30º), enquanto o Tricolor paulista pega o Racing (ARG, 22º). É possível, sim, termos um brasileiro saindo dessa chave para a final, mas o caminho será árduo. O que, por outro lado, poderá deixar esse classificado embalado e fortalecido pelos desafios que terá superado.

Deixando de lado os números e históricos, e avaliando inclusive o que vimos nas duas últimas edições de Libertadores, creio ser bem viável o Flamengo estar na final; já o adversário, eu arrisco dizer que ficaria entre São Paulo e River Plate. É um palpite. Com a ressalva, importante, de que a bola vai voltar a rolar para a Libertadores apenas em julho, depois da Copa América. E, até lá, todos os times vão passar por mudanças, para melhor e/ou para pior. Mas como sonhar não custa nada, que tal imaginar um tricampeonato brasileiro no mais importante torneio de futebol entre clubes na América do Sul?

* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil

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