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Combate à dengue: operação de guerra reduz índice de imóveis fechados no Eulina
A operação de guerra durante o mutirão para prevenção e combate à dengue no Jardim Eulina, em Campinas, conseguiu diminuir o índice de imóveis fechados durante as visitas das equipes que atuam para orientar os moradores e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. A ação realizada entre 11 e 12 de janeiro terminou com pendência de 44,5%, referencial inferior aos 57,8% registrados na ação de 16 de dezembro.
Desde o dia 1º foram contabilizados 134 casos confirmados da doença, 73 deles no Jardim Eulina. Durante o mutirão, a Administração realizou uma ação multisetorial que envolveu 37 agentes da Saúde, 37 soldados do Exército, além de guardas municipais, agentes da Emdec, profissionais da Defesa Civil, equipes de Serviços Públicos e apoio da Sanasa.
Quatro drones foram usados para visualizar grandes criadouros do mosquito como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono, e o apoio do chaveiro foi solicitado para a verificação de um terreno. A operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
A logística teve cata-trecos que retiraram 7,2 toneladas de materiais, e maquinários que removeram 14 toneladas de resíduos descartados irregularmente em áreas públicas. Os dados são da Secretaria de Serviços Públicos.
Para o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, o resultado do mutirão é positivo, mas é preciso apoio da população para mais avanços.
“Apesar da pendência ter diminuído de 57,8 % para 44,5%, ainda é um número muito alto de imóveis que os agentes da Saúde não tiveram acesso. Isso significa que pelo menos quatro imóveis de cada dez visitados não estão sendo vistoriados pelos agentes, que têm um olhar mais apurado quanto aos potenciais criadouros que representam risco para toda vizinhança. Por isso, é importante que a população abra cada vez mais suas portas para os agentes da Saúde e colaborem fazendo sua parte na eliminação semanal de focos de água parada e potenciais criadouros para o mosquito transmissor da dengue”, explicou.
Campinas tem mutirões quinzenais agendados até fim de março, e o próximo será neste sábado, 20 de janeiro, no Eulina e Jardim Quarto Centenário. Detalhes da operação serão divulgados até sexta, mas as estratégias com drones para que eventualmente os chaveiros sejam acionados durante os trabalhos estão mantidas.
Bairros em alerta
Nesta segunda-feira, a Secretaria de Saúde divulgou um novo boletim semanal sobre a dengue com dez áreas em alerta para a doença em virtude do alto potencial de transmissão. Os bairros foram selecionados em virtude dos casos confirmados ou suspeitos nos últimos sete dias e o objetivo é mobilizar a população para mais cuidados.
O comunicado Alerta Dengue é o 48º emitido pela Prefeitura desde que a ferramenta foi implementada como estratégia de enfrentamento às arboviroses. Ele reúne desta vez:
– Condomínio Parque da Hípica e Bairro das Palmeiras (Leste)
– Cidade Universitária I e II, e Village (Norte)
– Jardim Guarani (Suleste)
– Conjunto Habitacional Chico Mendes, Residencial São José, Loteamento Residencial Rosário e Vila Aeroporto (Sudoeste)
O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) destacou que bairros indicados em boletins anteriores, assim como demais regiões de Campinas, precisam intensificar medidas preventivas, sobretudo combate aos criadouros do Aedes aegypti, vetor da doença.
Série de mutirões
Neste ano, a Administração já havia realizado um mutirão para prevenção e combate à dengue. O primeiro, em 6 de janeiro, contemplou sete áreas: Jardim Santo Antônio, DICs 3, 4 e 5, além de trechos do DIC 6, Jardim Rosalina e Jardim Santos Dumont.
Durante os trabalhos foram visitados 3,1 mil imóveis em, mas 48,3% dos locais deixaram de ser acessados porque os espaços estavam fechados, desocupados e por conta das recusas de moradores às equipes que realizam visitas para tentar eliminar possíveis criadouros.
Pacote de ações
Em 19 de dezembro de 2023, o prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
A cidade registrou no ano passado 11.119 casos e três óbitos pela doença – dados parciais até 12 de janeiro deste ano. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.
Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Orientações sobre assistência
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
Comitê de prevenção
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.