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Combate à dengue: Saúde troca experiências com Ministério e avalia usar mosquitos com Wolbachia

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, e representantes da Secretaria de Saúde se reuniram nesta terça-feira, 26 de março, com uma comitiva do Ministério da Saúde e integrantes de órgãos do Estado para discutir experiências e estratégias para enfrentamento à epidemia de dengue, nas perspectivas de prevenção e de assistência aos pacientes com a doença.

O encontro incluiu um debate sobre novas tecnologias aplicadas em outras cidades brasileiras pelo governo federal. Neste contexto, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) irá avaliar a possibilidade de usar mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia.

“É muito importante trocar experiências e falar o que Campinas está fazendo em relação ao enfrentamento à dengue e unir esforços com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Estado da Saúde para enfrentar essa epidemia que nós estamos tendo na cidade de Campinas e em muitas outras cidades do país. Somando forças a gente vai ter sucesso no enfrentamento à dengue”, destacou o prefeito, Dário Saadi.

Campinas decretou situação de emergência pública em saúde, por conta da dengue, em 7 de março. Desde 1º de janeiro a cidade já registrou 29.121 casos e quatro mortes, e projeções indicam que a cidade deve registrar o pico da epidemia no mês de abril.

“O objetivo do Ministério e do Estado era conhecer mais profundamente o Programa Municipal de Controle de Arboviroses. Saíram com impressões muito positivas e vários elogios, falando que algumas coisas podem ser, inclusive, referência para o Brasil. Eles [comitiva do Ministério] trouxeram novas tecnologias para combate ao vetor Aedes aegypti, que nos deixou bastante contentes, porque há muitos anos não existem novas tecnologias de combate ao vetor. Já discutimos a possibilidade da bactéria Wolbachia, que é uma tecnologia que impede a multiplicação do vírus da dengue no mosquito, venha para Campinas. Vamos fazer uma solicitação. Então, a troca de experiências foi interessante e muito produtiva”, avaliou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben.

A secretaria vai verificar os requisitos exigidos pelo Ministério da Saúde e enviará um ofício para realizar a solicitação. A expectativa é de que, se houver possibilidade, na sequência o município receba nova visita de comitiva do governo federal para a implementação.

O encontro contou com participações do secretário de Saúde, Lair Zambon, do presidente da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, Sérgio Bisogni, três consultoras técnicas da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses, além de representantes da Diretoria Regional de Saúde (DRS-VII), do Instituto Adolfo Lutz, além do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e do Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado (GVE).

A comitiva do Ministério da Saúde e integrantes de órgãos de Estado visitam entre a tarde desta terça e quarta-feira, 27 de março, três centros de saúde, uma UPA e um hospital para ver como está organizada a rede de assistência aos pacientes com dengue em Campinas.

A Prefeitura realizou neste ano oito mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 35,4 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito transmissor. O número sobe para 197,3 mil quando são contabilizadas ações diárias, e a Prefeitura também já nebulizou 7,5 mil imóveis desde janeiro até 12 de março. 

O que é o método Wolbachia?

Segundo o Ministério da Saúde, a Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.

Quando presente no mosquito, a bactéria impede que vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes insetos, todos com Wolbachia. No Brasil, diz o governo federal, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói, no Rio de Janeiro.

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