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Nossa Cidade

Cultura lamenta morte de Marqueza, aos 83 anos, nesta sexta-feira, 1º de novembro

Campinas se despede, com profunda tristeza, de uma de suas mais notáveis vozes na defesa dos direitos das trabalhadoras e na preservação cultural. Anunciação Marqueza dos Santos de Almeida, conhecida carinhosamente como Marqueza, morreu nesta sexta-feira, 1 de novembro, aos 83 anos. A ativista deixa um legado inestimável de luta, dedicação e amor à cultura e aos direitos humanos, especialmente das mulheres.

Marqueza foi uma das fundadoras do Sindicato das Domésticas de Campinas, onde atuou de forma incansável durante os anos de repressão da ditadura militar no Brasil. Em uma época de silenciamento e restrições, ela se destacou como um símbolo de resistência, lutando para que as trabalhadoras domésticas tivessem seus direitos reconhecidos e suas vozes ouvidas. O sindicato se tornou uma referência de luta pela dignidade e pelo respeito às trabalhadoras, e Marqueza permaneceu ao lado das mulheres que representava, defendendo suas causas e conquistas até o fim de sua vida.

Além de sua atuação sindical, Marqueza foi a principal responsável pela criação da Casa de Cultura Itajaí, um espaço que hoje representa um dos principais núcleos de expressão artística e intelectual do bairro e da cidade. Quando o bairro Itajaí estava em desenvolvimento, a casa modelo da Companhia de Habitação Popular (Cohab) foi destinada à Secretaria de Cultura. Marqueza, que já era moradora e liderava diversas iniciativas no bairro, esteve à frente de uma campanha para que o local fosse transformado em uma biblioteca, e conseguiu transformar o sonho em realidade.

A Casa de Cultura Itajaí, desde então, acolhe projetos culturais de todas as idades, abrindo espaço para oficinas, encontros literários, exposições e diversas atividades que fomentam a criatividade e a união entre gerações. Marqueza, mesmo em idade avançada, nunca deixou de frequentar o espaço e de apoiar as novas gerações, encorajando jovens artistas e fazedores de cultura a ocuparem a casa com suas ideias e projetos.

Com sua partida, Campinas perde não apenas uma líder, mas uma guardiã de sonhos e de esperanças. Amigos, familiares e moradores do bairro Itajaí lembram de Marqueza como uma mulher de firmeza inabalável e de um coração generoso, que acreditava profundamente no poder transformador da cultura e na importância de preservar os direitos conquistados.

Sua luta continua viva na memória e nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conhecer sua trajetória e de aprender com sua determinação. Seu legado ficará para sempre enraizado na história do bairro Itajaí e de Campinas, um lembrete constante de que a luta pelos direitos humanos e pela cultura nunca deve cessar. Descanse em paz, Marqueza, uma verdadeira heroína para a cidade e para o Brasil.

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