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Dário assume compromisso contra o câncer, mas pede discussão sobre financiamento do SUS
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, disse nesta sexta-feira, 15 de dezembro, no fórum Câncer no Foco das Eleições, promovido pelo Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC), que o compromisso de prefeitos, governadores, deputados, vereadores e do presidente deve ser o de ter uma ação especial contra o câncer, mas se não passar pela discussão do financiamento, todo o esforço será apenas discurso de campanha.
"Há 20 anos, 70% dos recursos aplicados pelos municípios na saúde eram federais e estaduais. Hoje, 76% recursos saem do orçamento municipal. O SUS, que todo mundo defende, terá que mudar de nome e vai ter que chamar SUSFM, Sistema Único de Saúde de Financiamento Municipal", disse o prefeito e vice-presidente de Saúde da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
Dário participou do painel "Os governos municipais e a governança do câncer", com o secretário de saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter e moderação da diretora executiva do IGCC, Daniely Votto. O IGCC articula com setores da oncologia para que os planos de governo dos candidatos às eleições municipais em 2024 tragam propostas para o enfrentamento dos casos de câncer que atingem as mulheres.
O prefeito observou que o SUS, com ação tripartite, participativo, ajudou o país a enfrentar a pandemia é um avanço histórico, mas que tem sobrado nas costas dos municípios.
A tabela SUS, afirmou, é uma vergonha. "Os procedimentos de alta complexidade, como os oncológicos, são caríssimos, mas a tabela SUS não paga nem 10% do que se gasta", disse.
O compromisso com o câncer, afirmou, tem que ser assumido primeiro pelo governo federal aumentando os repasses aos municípios, para evitar o colapso do SUS nos próximos anos. O governo estadual também, segundo ele, precisa assumir esse compromisso. "O Estado gasta 12% e tem que gastar mais. Os municípios, que constitucionalmente, teriam que gastar 15% de seu orçamento, gastam 30%. Então, essa história precisa se inverter", disse.
Ações
Durante o painel, o prefeito afirmou que Campinas tem uma rede bem estruturada de ação na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de câncer e que acaba recebendo pacientes de outras cidades. "Chama a atenção que as grandes e médias cidades acabaram se tornando centros regionais de atendimento à saúde. Em Campinas, 20% do atendimento na rede básica e dos hospitais municipais são de pacientes da região", informou.
Segundo o prefeito, o município tem convênio com o Hospital PUC-Campinas e com o Hospital do Amor, o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia da Rede Mário Gatti e essa estrutura será ampliada no início de 2024, com a entrega do Centro de Referência de Assistência Integral da Mulher (Craim).