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Dengue: boletim reúne 12 áreas em alerta e Saúde prepara 1º LIRAa de 2024
A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta segunda-feira, 29 de janeiro, um novo boletim semanal sobre a dengue com 12 áreas em alerta para a doença em virtude do alto potencial de transmissão. Além disso, a Pasta estima concluir até a primeira semana de fevereiro o primeiro LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) de 2024. Ele auxilia no direcionamento de ações para a prevenção e combate à doença.
Boletim 50
Os bairros foram selecionados em virtude dos casos confirmados ou suspeitos nos últimos sete dias e o objetivo da Saúde é mobilizar a população para mais cuidados.
O comunicado Alerta Dengue é o 50º emitido pela Prefeitura desde que a ferramenta foi implementada como estratégia de enfrentamento às arboviroses. Ele reúne nesta edição:
– Parque São Quirino e Vila 31 de Março (Leste)
– Jardim Campineiro, Jardim São Marcos e Vila Esperança (Norte)
– Jardim Rossin (Noroeste)
– Jardim Nova Europa e Vila Campos Salles (Sul)
– Cohab, Imperial Parque e Jardim Conceição (Suleste)
– Vila União (Sudoeste)
O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) destacou que bairros indicados em boletins anteriores, assim como demais regiões de Campinas, precisam intensificar medidas preventivas, sobretudo combate aos criadouros do mosquito vetor da doença.
A divulgação do boletim semanal ocorre em meio ao número expressivo de casos confirmados. Desde 1º de janeiro foram contabilizados 1.202 infectados e nenhum óbito. Já em 2023 foram registrados 11.269 casos confirmados e três vidas perdidas.
1º LIRAa de 2024
A Saúde iniciou o primeiro LIRAa de 2024 na terceira semana de janeiro e estima finalizar o trabalho até a primeira semana de fevereiro. O coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, explicou que o levantamento é importante para mostrar a infestação do mosquito na cidade. A análise ocorre a partir de um sorteio amostral de quarteirões de todas as áreas de abrangência de todos os 67 centros de saúde.
“Por isso, é importante que a população colabore com os agentes da Saúde para que essa análise possa ser concluída e nos traga dados para o direcionamento de ações”, ressaltou.
O levantamento anterior foi realizado em outubro de 2023 e, à época, já sinalizava um cenário mais preocupante do que o verificado no mesmo mês do ano anterior. Com isso, a Prefeitura reforçou a comunicação com a população e começou a organizar novas ações.
Operação de guerra
Neste ano, a Administração já fez três mutirões como parte de uma operação de guerra para prevenção e combate à dengue. As ações são quinzenais e o próximo será realizado neste sábado, 3 de fevereiro. Detalhes serão divulgados ao longo da semana.
Desde 6 de janeiro, a Saúde visitou 8,8 mil imóveis, mas 4.518 (50,8%) deixaram de ser acessados porque os espaços estavam fechados, desocupados e por conta das recusas de moradores às equipes que realizam visitas para tentar eliminar possíveis criadouros.
Ao longo dos trabalhos, a Secretaria de Serviços Públicos recolheu 88,2 toneladas de materiais descartados irregularmente em áreas públicas. A lista de áreas alvo de mutirões em janeiro inclui: Jardim Santo Antônio, DICs 3, 4 e 5, trechos do DIC 6, Jardim Rosalina e Jardim Santos Dumont, Jardim Eulina, Jardim Quarto Centenário, Bonfim e Castelo.
Com objetivo de aprimorar os resultados, a Administração passou a usar drones para tentar identificar grandes criadouros do Aedes aegypti, como piscinas e caixas d’água em imóveis fechados ou abandonados. Além disso, se necessário, a ação pode contar com trabalhos de chaveiros e a operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
E a vacina?
Campinas ainda espera resposta do Ministério da Saúde ao ofício enviado pelo prefeito, Dário Saadi, em que ele reivindica a entrega de vacinas contra a dengue para a cidade. A metrópole ficou de fora da lista de municípios contemplados com a 1ª dose.
Em comunicado, o governo informou que as regiões selecionadas atendem a três critérios: “municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2”. O público-alvo reúne crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença no País.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Campinas, a metrópole atende a maioria dos requisitos para recebimento dos imunizantes e a avaliação epidemiológica sinaliza a urgência de inclusão dela na relação de cidades. A exceção da lista é somente o indicador sobre o sorotipo DENV-2, que não circula no município desde 2021.
Pacote de ações
Em 19 de dezembro de 2023, Dário já havia anunciado um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Orientações sobre assistência
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
Comitê de prevenção
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses.
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.