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Dengue: Saúde define mutirões a cada 15 dias e boletim semanal sobre bairros

Em meio ao alerta para possível aumento expressivo do número de casos de dengue em janeiro de 2024, a Secretaria de Saúde de Campinas decidiu realizar mutirões de combate aos criadouros do mosquito transmissor a cada 15 dias, em locais com elevado risco de transmissão da doença, e divulgar um boletim semanal com bairros mais preocupantes. 
 
 
 
 
A cidade declarou epidemia em abril e já registrou neste ano 10.801 casos confirmados e três óbitos pela doença. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios em 2023. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.
 
Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
 
 
O que muda?
 
Os mutirões de combate a criadouros do Aedes aegypti, vetor da doença, eram realizados “quando necessário” pela Saúde e, neste momento, passam a ser sistemáticos a cada 15 dias. Os trabalhos são um “extra”, uma vez que diariamente há fiscalizações, visitas a imóveis e nebulizações. O mais recente foi no Jardim Eulina, em 16 de dezembro.
 
O primeiro mutirão desta nova fase está programado para 6 de janeiro e o cronograma com mais detalhes será definido até a próxima semana. A frequência da ação pode ser alterada em caso de necessidade. Nesta semana, o prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
 
“Os mutirões são uma estratégia complementar realizada aos sábados, nas regiões com aumento expressivo de casos, que visa diminuir as pendências, abrir mais casas e tornar o trabalho de combate ao mosquito mais eficaz. Além disso, integram esforços de diferentes secretarias e órgãos da Prefeitura para melhorar a resposta do município neste enfrentamento”, destacou a assessora técnica do Devisa Priscilla Pegoraro, articuladora da intersetorialidade no Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. 
 
A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registra em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da “pendência” durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Desde janeiro, metade dos espaços que foram alvo das equipes foi encontrado inacessível porque estava fechado, desocupado ou por conta da recusa de moradores.
 
 
– 2020: 43,5%
 
– 2021: 44,7%
 
– 2022: 46,9%
 
2023: 50,3%
 
A Pasta reforça que os agentes que trabalham nas ações de combate à dengue são da empresa Impacto Controle de Pragas e usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Em caso de dúvida, ligue para o 156.
 
 
 
Como ficam os alertas?
 
Os alertas sobre bairros em alerta para elevado risco de transmissão da doença, antes divulgados quinzenalmente, começam a ser publicados semanalmente com objetivo de estimular a população a ter mais cuidados em ambientes residenciais e de trabalho para eliminar qualquer espaço com acúmulo de água que possa servir de criadouro para o mosquito Aedes. Ele também é vetor da chikungunya e zika vírus.
 
Neste momento, Campinas tem oito áreas em alerta. O levantamento da Saúde considera não somente estatísticas recentes, mas também históricos das regiões para o boletim.
 
– Centro e Mansões Santo Antônio – Leste
 
– Jardim Florence 2 – Noroeste
 
– Jardim do Lago – Sul
 
– Jardim Eulina e Parque Via Norte – Norte
 
– Jardim Adhemar de Barros e Jardim Santo Antônio – Sudoeste
 
“O alerta Dengue Campinas é uma ferramenta inovadora e materializa a transparência da Secretaria da Saúde na divulgação sobre enfrentamento das arboviroses na cidade.
Esse enfrentamento necessita da integração do Poder Público, setor privado e comunidade em geral, uma luta diária e que precisa ser intensificada quando recebemos o alerta”, destacou o diretor da Defesa Civil e Coordenador do Comitê, Sidnei Furtado.
 
 
Combate à doença
 
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
 
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
 
 
Orientações sobre assistência
 
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
 
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
 
 
Comitê de prevenção
 
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.
 
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
 
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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