Nossa Cidade
Documento questiona decisões do Governo Federal frente ao coronavírus
O prefeito de Campinas, e também presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, que representa os prefeitos do Brasil, informou, por meio de uma live em rede social na manhã desta sexta-feira, 27 de março, que está enviando um documento ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no qual faz vários questionamentos a respeito das novas medidas anunciadas via propaganda oficial, de que a população deve voltar ao trabalho e aos estudos, mesmo contra as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
“O isolamento social está mantido. Quando todas as recomendações, no mundo, são para o isolamento, o governo federal diz o contrário. Por isso, por meio da Frente Nacional de Prefeitos, vou enviar um documento ao presidente com várias questões sobre o assunto. Uma coisa é falar, a outra é fazer. Tem que colocar no papel, assumir a responsabilidade”, disse o prefeito Jonas Donizette.
Por meio do documento, a FNP questiona se a orientação do Governo Federal realmente é de que todos os entes, Estados e municípios, suspendam as restrições de convívio social e por qual instrumento oficial serão informados a respeito dessa decisão.
O documento também questiona se, caso a medida passe a valer, como será o diálogo entre os entes da federação para que seja concretizada; quais as bases científicas foram utilizadas para a mudança de posicionamento no combate ao avanço do coronavírus; se o presidente da República assumirá as responsabilidades do Sistema Público de Saúde, caso entre em colapso, e a possibilidade da federalização do SUS. O documento foi enviado com cópia ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ao Supremo Tribunal Federal e ao Ministério Público Federal.
O prefeito complementou que sabe da aflição das famílias neste período, da preocupação com a economia, que não é somente no Brasil, mas no mundo. “Penso nas famílias que sequer podem enterrar seus familiares, como já está acontecendo nos outros países”, disse.