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Nossa Cidade

Emdec lança anuário de acidentes em 2022 e boletim parcial de 2023

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) apresentou, nesta segunda-feira, 27 de novembro, o Relatório Anual de Sinistralidade no Trânsito 2022, documento que detalha o perfil das 151 vítimas do trânsito campineiro e traz um panorama dos sinistros (acidentes) ocorridos em Campinas em 2022. Também foram antecipados dados parciais de acidentes registrados entre janeiro e outubro de 2023, quando foram computados 128 mortes em vias urbanas e rodovias. A divulgação do Relatório faz parte das ações em comemoração aos 250 anos de Campinas.

O anuário apresenta a evolução da mortalidade no trânsito de Campinas nos últimos 10 anos, com ênfase aos dados de 2022; e serve para apoiar a promoção de políticas públicas voltadas para a redução das mortes e lesões no trânsito. O documento contém análises detalhadas sobre o perfil das vítimas, locais críticos para acidentalidade e fatores de risco que motivaram os óbitos. 

Foram 1.522 mortos no trânsito nos últimos 10 anos e, em 2022, 151 pessoas perderam a vida em 143 sinistros (acidentes) no trânsito campineiro, sendo 76 (50,3%) óbitos em vias urbanas e 75 (49,7%) mortes em rodovias do perímetro urbano. O número representa uma morte no trânsito a cada dois dias. Já no período de janeiro a outubro de 2023, foram 128 vítimas fatais, sendo 61 mortes na malha urbana e 67 em rodovias.  

“Os números parciais de 2023 apontam que estamos no caminho certo. Quando olhamos para a malha urbana, tivemos quatro vidas salvas. Isso se deve ao trabalho de toda a equipe da Emdec, que realiza ações contínuas para reforçar a sinalização na cidade, fiscalizar condutas irregulares no trânsito, realizar intervenções em pontos de acidentalidade e educar a população, por meio das campanhas de segurança viária”, destacou o presidente da Emdec, Vinicius Riverete. “Tudo isso mostra que a gestão do prefeito Dário Saadi é transparente, que colocou o dedo na ferida e vai enfrentar o problema das mortes no trânsito na nossa cidade”, completou.  

O secretário municipal de Saúde, Lair Zambon, elogiou a análise aprofundada apresentada no relatório. “É um material completo que certamente vai embasar o desenvolvimento de políticas públicas do ponto de vista da prevenção. Não se faz política pública hoje sem dados e informações”, disse. Coordenadora do comitê intersetorial Programa Vida no Trânsito, Ana Paula Crivelaro Ferreira, destacou que o anuário é uma “junção de esforços de instituições e parceiros para reduzir os óbitos e feridos no trânsito de Campinas”.  

Homenagens às vítimas 

Na data, também ocorreu um ato simbólico alusivo ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Sinistros de Trânsito, lembrado em 21 de novembro. Para homenagear as vidas perdidas, os participantes receberam velas, que foram depositadas em um painel alusivo à data. E no cruzamento da avenida Anchieta com a rua Barreto Leme, 151 flores brancas foram distribuídas aos motoristas e uma faixa “viva” chamou a atenção para o número de mortos.  

O ato simbólico contou com a presença de Grazielly dos Santos Alves e sua mãe Maria Poliana Barbosa dos Santos. Ao participar do ‘rolezinho’ de motos em julho, Grazielly e seu esposo, Vitor Gabriel Rodrigues do Nascimento, colidiram com uma carreta na Rodovia Santos Dumont (SP-075). Vitor não resistiu aos ferimentos e faleceu aos 20 anos. Grazielly, que também tem 20 anos, sofreu uma fratura exposta e teve uma compressão medular.  

“Meu recado para as pessoas que procuram adrenalina é que a sua vida pode parar completamente como consequência. Hoje, sou dependente de todo mundo ao meu redor. Que as pessoas tenham mais consciência no trânsito, não só ao dirigir em rodovias, mas também dentro da cidade”, enfatizou Grazielly.  

Sinistros 2023 

A Emdec vem divulgando, mensalmente, dados preliminares sobre os sinistros fatais ocorridos em 2023. O boletim contendo números do mês de outubro foi antecipado durante o evento e aponta a queda de 6,6% nos óbitos registrados nas vias urbanas, no período de janeiro a outubro de 2023, comparado com o mesmo período de 2022. Foram 61 vidas perdidas, contra 65 no ano anterior.  

Os dados de 2023 também mostram vidas salvas entre os motociclistas e pedestres na malha urbana. Entre janeiro e outubro, as mortes envolvendo motocicletas e garupas, principais alvo das campanhas de segurança viária, caíram 13%, no comparativo com 2022 – 28 contra 32. Já entre os pedestres, foram 8,3% menos mortes de janeiro a outubro – 22 óbitos neste ano, contra 24 em 2022. 

Sinistros 2022: dados inéditos do anuário 

Entre os dados apresentados no anuário pela primeira vez estão a qualificação dos veículos envolvidos nos sinistros, fatores de risco e ranking detalhado dos corredores que mais registraram acidentes. O anuário foi apresentado pelo coordenador da área de Gestão da Base de Dados da Emdec, Marcelo Luiz de Araújo Antônio. “Poucos municípios realizam um trabalho dessa complexidade no que se refere à análise dos dados de sinistros, é um trabalho referência”, explicou.  

Parceira da Emdec na elaboração do relatório anual de sinistralidade no trânsito de Campinas 2022, a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global foi representada pela coordenadora do eixo de dados e evidências, Mariana Novaski. “Esse trabalho marca a importância do uso dessas informações na construção de políticas cada vez mais assertivas para combater esse grave problema de saúde pública, que são as mortes e lesões no trânsito”, disse.  

Dos 35 motociclistas/garupas mortos em vias urbanas, 17 (48,6%) se chocaram contra obstáculos fixos, 10 (28,6%) colidiram contra automóveis, três (8,6%) tiveram queda acidental, dois (5,7%) colidiram contra ônibus, um (2,9%) colidiu contra outra motocicleta e um outro faleceu em decorrência de um atropelamento de pedestre. Entre os 28 pedestres mortos em vias urbanas, 16 (57,1%) foram atingidos por automóveis, cinco (17,9%) por motocicletas, quatro (14,3%) por ônibus e um (3,6%) por caminhão. Nos casos que restaram de cada grupo, não há informações. 

O anuário detalha também os fatores de risco presentes em cada sinistro. Entre 65 sinistros fatais em vias urbanas, cujas vítimas faleceram em até 30 dias, foram analisados 62 casos (95,4%). Nesse recorte, os fatores de risco álcool e velocidade aparecem em 34 (54,8%) e 26 (41,9%) dos sinistros, respectivamente. Em 13 (21%) dos casos, o álcool e a velocidade estavam presentes ao mesmo tempo.  

Também são apresentados os 50 pontos críticos, que mais registraram acidentes no período de 2018 a 2022, sendo que 60% estão localizados em três corredores urbanos: 18 (36%) na avenida John Boyd Dunlop (JBD); sete (14%) na avenida das Amoreiras e cinco (10%) na avenida Ruy Rodriguez. Estes corredores também concentram 17% dos óbitos: 37 (10,9%) na avenida JBD, sendo oito em 2022; 12 (3,5%) na Amoreiras, sendo três em 2022; e 11 (3,2%) na Ruy Rodriguez, sendo dois em 2022. 

Confira, abaixo, outros dados do anuário de acidentes fatais em 2022: 

– 13,26 é a taxa de óbitos a cada 100 mil habitantes – o número é 23,3% menor ao início da série histórica (17,29 em 2013) e 7,5% maior ao registrado em 2021 (12,34). 

– Aumento de 10,7% dos óbitos em relação à média dos últimos cinco anos. 

– Um motociclista morto a cada cinco dias: 47% (71) do total de óbitos eram motociclistas ou garupas – aumento de 2,9% em relação a 2021.

– Um pedestre morto a cada sete dias: 31,8% (48) do total de óbitos eram pedestres – aumento de 17,1% em relação a 2021 (vias urbanas e rodovias).

– Vítimas fatais vias urbanas: 35 motociclistas, 28 pedestres, oito ocupantes demais veículos e cinco ciclistas.

– Vítimas fatais rodovias: 36 motociclistas, 20 pedestres, 17 ocupantes demais veículos e dois ciclistas.

Ações pela vida  

Ações que promovem a segurança viária e a redução das mortes e lesões no trânsito são realizadas continuamente pela Emdec.

Metodologia e parceiros 

As informações sobre vítimas fatais integram o banco de dados da Emdec, formado por estatísticas coletadas pelos agentes da mobilidade urbana durante as ocorrências e dados do Instituto Médico Legal (IML), Polícia Civil e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria Municipal de Saúde, comparado com os dados do Infosiga. A elaboração do anuário envolve ainda a Secretaria de Transportes (Setransp), o Comitê Intersetorial Programa Vida no Trânsito, o Hospital Municipal “Dr. Mário Gatti”, o Hospital E Maternidade “Celso Pierro”, a PUC-Campinas e o Corpo de Bombeiros.  

Também participaram do lançamento os representantes da Câmara Municipal vereadores Otto Alejandro e Luiz Cirilo, o secretário municipal de Segurança Pública, Christiano Biggi Dias; a Comandante da Guarda Municipal, Maria de Lourdes Soares; o Tenente PM Nobre, representando a Polícia Militar e Rodoviária; e o diretor-presidente da Rede Municipal “Dr. Mário Gatti”, Sérgio Bisogni; além de representantes do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), diretores e gestores da Emdec.

Campinas 250 Anos

O lançamento do Relatório Anual de Sinistralidade no Trânsito 2022 integra a série de ações para as comemorações dos 250 anos de Campinas. Até o dia 14 de julho de 2024, a Prefeitura anunciará 250 realizações, em todas as áreas da Administração, para oferecer mais qualidade de vida para cerca de 1,1 milhão de habitantes que vivem na cidade, além de quem vem para trabalhar e passear.

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