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Esporotricose: saiba o que é a doença e veja orientações da Saúde de Campinas

Os casos de esporotricose aumentaram em Campinas de janeiro a outubro, no comparativo com anos anteriores, segundo levantamento da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ). O cenário é parecido com o de cidades em diferentes regiões do país e o Ministério da Saúde diz que dados sobre dispensa de medicamentos para tratamentos de pessoas sugerem alta de registros, uma vez que a enfermidade não exige notificação compulsória.

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Confira abaixo detalhes sobre o que é a doença, o que explica este aumento e quais são as orientações da Secretaria de Saúde para a população.

O que é?

A esporotricose humana é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo. Ele costuma estar presente na natureza: solo, espinhos de arbustos, árvores e vegetação em decomposição. 

O acesso ao corpo humano pode ocorrer por meio de uma ferida, incidente como eventual contato com espinhos de plantas, ou quando há arranhadura/mordida ou contato de uma lesão do corpo com um gato ou cachorro que esteja com o fungo. 

Casos graves da doença podem ocorrer caso haja disseminação para outros locais do organismo. Trata-se de uma doença em que felinos são considerados “protagonistas”, informou o Ministério da Saúde, mas que também pode ocorrer em cães.

Casos em gatos em Campinas – 2019 a 2023

    • 2023 (janeiro a outubro) – 58

    • 2022 – 6

    • 2021 e 2020 – sem registro

    • 2019 – 1

Mortes de gatos por esporotricose em Campinas

    • 2023 (janeiro e outubro) – 10 

    • 2022 – 4

    • 2021 e 2020 – sem registro

    • 2019 – 1

Casos em cães em Campinas

    • 2019 a 2023 – sem registro

Casos em humanos em Campinas (transmissões por gatos com o fungo)

    • 2023 – 6

    • 2022 – 2

    • 2019 a 2021 – sem registro

    • A UVZ não dispõe de dados onde a esporotricose ocorre de outras formas 

Mortes de humanos por esporotricose em Campinas

    • 2019 a 2023 – sem registro

Quais são os sintomas?

Pessoas: inchaço avermelhado no local, ou próximo, do arranhão ou mordida do gato. Pode formar uma ferida de difícil cicatrização, às vezes acompanhada de

outras lesões enfileiradas e ínguas (aumento de gânglios).

Gatos: feridas de pele que não cicatrizam, principalmente na cabeça e patas, e podem progredir para o resto do corpo. Também podem aparecer aumento de volume na região do nariz e sintomas respiratórios.

Por que aumentaram os registros em 2023?

“O aumento deve-se à conscientização da população em buscar atendimento para seus animais, seja em atendimento particular ou clínicas móveis, e às capacitações dos profissionais para que eles possam suspeitar da doença e saibam encaminhar esses animais para tratamento”, avaliou a coordenadora da UVZ, Marcela do Prado Coelho.

Ela enfatizou que, embora a doença também não seja de notificação obrigatória em Campinas, a Secretaria de Saúde tem acompanhado todos os casos conhecidos para poder realizar a vigilância epidemiológica da doença e, com isso, evitar novos registros.

“O aumento do número de casos em gatos se deve às ações que as equipes realizam, tanto da UVZ quanto as vigilâncias em saúde (Visas), que levam a uma maior sensibilização da população e da equipe de profissionais. Então, a população fica mais atenta aos sinais clínicos do gato e leva para o veterinário, seja particular ou público, e quem estiver no atendimento também tem um critério maior para dar diagnóstico. Começa a suspeitar mais da doença e aí, como consequência, a gente acaba tendo mais casos”, ponderou Marcela.

A culpa não é dos gatos

A Secretaria de Saúde faz um apelo para que não sejam cometidos maus-tratos contra animais. “A culpa da esporotricose não é do cachorro ou do gato. Por isso, fazemos um alerta para que não ocorram maus-tratos contra ou abandono dos animais. Em caso de dúvida, procure apoio de um veterinário pelo serviço público ou particular, ou tire dúvidas pelo telefone 156”, explicou a coordenadora da UVZ.

Crimes contra animais podem ser denunciados à Guarda, pelo 153, para a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa), por meio de site, e para a Polícia Civil de Campinas.

O que fazer ao notar sinais de esporotricose em animais de estimação?

A orientação é para o morador procurar por atendimento veterinário público ou particular.

O que fazer ao notar sinais de esporotricose em humanos?

A UVZ destaca que o atendimento está disponível nos 67 centros de saúde de Campinas.

Ações realizadas

Neste ano, a UVZ já realizou uma série de ações associadas à esporotricose. Além disso, outras estão em discussão e planejamento para serem implementadas na cidade.

    • Capacitação sobre esporotricose para profissionais no CS Santos Dumont

    • Casa-a-casa na área do CS Santos Dumont

    • Capacitação sobre esporotricose no CS Costa e Silva

    • Casa-a-casa na área do CS Costa e Silva

    • Capacitação sobre esporotricose no CS San Diego

    • Ação educativa na área do Abaeté 2

Cenário no Brasil

O Ministério da Saúde informou que nove estados já incluíram a esporotricose humana em suas listas estaduais de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro e Rondônia.

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