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Nossa Cidade

Expositora da Feira Hippie representará Campinas em maior festival do Estado

Considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado, a Feira Hippie de Campinas reúne atualmente 270 artesãos e recebe 1 mil visitantes por final de semana. Entre eles se encontra Alice Oliveira, artista que representará Campinas no Revelando SP, maior festival de economia criativa do Estado de São Paulo, que será realizado dos dias 12 a 15 de setembro, no Parque da Água Branca, na capital paulista. A artista já recebeu o prêmio de Arte Popular Religiosa e é a quarta vez que representará Campinas no evento. 

 

O festival conta com artesãos de diversos municípios de São Paulo e terá shows e manifestações culturais. De Campinas, além da artesã, participam os grupos “Tiririca, a Capoeira Paulista e o Batuque dos Engraxates” e a “Folia de Reis Ases do Brasil”.

 

 

Artesã da Feira Hippie 

 

A artesã transforma as palhas de milho crioulo, cultivadas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em esculturas de santos católicos e orixás e as expõe na Feira Hippie, que funciona no entorno do Centro de Convivência Cultural, no Cambuí. No local, são comercializados os mais diferentes tipos de artesanatos, de antiguidades à diversidade gastronômica e produtos esotéricos. 

 

Alice é de Guapiara (SP), mas reside em Campinas há 7 anos. A artesã começou a expor na feira em 2017, mesmo ano em que veio para Campinas. “Eu vim com minha filha, pois ela fazia psicologia e conseguiu uma vaga para residência na Unicamp. E aí eu conheci a feira.”

 

 

Trajetória de Alice 

 

Alice, que nasceu em meio rural, desenvolveu a habilidade para o artesanato na infância, aprendendo a fazer trançados de palha observando seu pai produzindo cestas e esteiras. “Meu pai não gostava que a gente mexesse para não machucar. Assim que ele virava as costas, eu e meus irmãos tentávamos reproduzir o que ele fazia”, relembra a artesã. 

 

No começo, ela fazia e expunha trançados, flores e bonecas. Mas, após um cliente da feira solicitar uma imagem de Santa Rita de Cássia, ela iniciou uma nova etapa na carreira. “Eu fiquei um pouco receosa no começo e até liguei para uma amiga. Ela disse que eu sabia fazer bonecas e que era só trocar as vestimentas. O cliente não voltou, mas depois disso comecei a fazer outras esculturas do mesmo modelo” relata a expositora. 

 

Ao falar sobre a feira, Alice demonstra o carinho pelo espaço que possibilitou a decolagem de suas atividades. “Quando falto, meus clientes já me ligam para saber o motivo”, conta a artesã. A artista não deixa passar despercebido que em cada canto de sua casa há o artesanato de seus colegas de feira, que a presentearam ao longo do tempo. Além dos concursos, Alice também ministra oficinas para quem quer aprender a produzir as imagens. 

 

Todo o trabalho envolvendo a matéria-prima utilizada pela artesã, fez com que ela viesse a conhecer a pesquisadora científica do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Cristina Fachini, de 44 anos. “Nós nos conhecemos em Capão Bonito, onde eu fazia um trabalho de pesquisa sobre a importância cultural do milho para a região”, explica Cristina. A artesã a ajudou na seleção de grãos para o IAC. “Foi a partir desse projeto que a Alice passou a utilizar toda a palha originada das pesquisas produzidas no Instituto”, diz a cientista. 

 

O projeto de parceria entre a artista e o Instituto não é o único a promover a relação entre agricultura, sustentabilidade e cultura. Também saem do IAC os bambus que se tornam pífanos, um tipo de flauta popular, para concertos musicais.

 

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