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Gravidez na adolescência: saiba quais são os riscos para mães e bebês

Em meio à Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a Secretaria de Saúde de Campinas faz um alerta sobre os riscos para mães e bebês durante a maternidade na adolescência, considerada precoce na faixa etária que vai dos 10 aos 19 anos. 
 
Campinas teve redução de 17% em casos de gravidez na adolescência nos últimos dois anos, de acordo com a Secretaria de Saúde. De janeiro a agosto foram 556 registros, 6,74% do total, e número inferior aos verificados nos mesmos períodos de 2022 e 2021.
 
 
Situações de risco
 
A coordenadora da Área da Mulher do Departamento de Saúde, Miriam Nobrega, explicou que situações de risco ocorrem porque o corpo da mulher e feto estão em desenvolvimento.
 
“Pode ocorrer competição pelos nutrientes destinados à mãe e ao bebê, levando a um quadro de saúde negativo para a gestante adolescente e a criança em formação dentro do útero, como anemia na mãe e feto com baixo peso. Há risco de fazer pressão alta na gravidez e suas complicações, como convulsão e óbito, além da interrupção prematura da gestação. Pode também ter mais chance de diabetes gestacional e complicações, como problemas de formação no feto, bebê muito grande dificultando o parto”, explicou.
 
A médica pediatra Andréa Campedelli, coordenadora da Saúde da Criança e Adolescente, reforçou que a condição eleva a chance de complicações também para o recém-nascido.
 
“O nascimento prematuro e/ou desnutrido do bebê, que pode vir a causar problemas no cérebro, olhos, audição, pulmões, com sequelas importantes que podem ser passageiras ou durar a vida inteira. Podem acontecer más condições, como falta de oxigênio no cérebro e batimentos cardíacos baixos causando inúmeros problemas no corpo do bebê, sendo na maioria das vezes necessário tratamento em UTI Neonatal”, alertou.
 
A especialista também ponderou que a gestação na adolescência geralmente não é planejada e, com isso, controles deixam de ser realizados de maneira adequada. “Existe um risco maior do bebê nascer com alguma infecção congênita, como a sífilis, com risco de inúmeras consequências como também ter meningite, e problemas de desenvolvimento”.
 
Andrea enfatizou ainda que nesta faixa etária geralmente há maior dificuldade para amamentação, incluindo risco de não acontecer o aleitamento materno, imprescindível para o desenvolvimento do bebê e proteção contra várias doenças.
 
“Sendo a mãe adolescente e com todas as dificuldades que envolvem esse período de vida, há o risco de que o bebê não receba os cuidados necessários relacionados à higiene, vacinação, acompanhamento da puericultura […]  Infelizmente, estatisticamente há grande omissão ou recusa do pai biológico pela responsabilidade do bebê, que poderá ser fator importante durante a vida de mãe e filho, além do risco de não aceitação da gravidez pela própria família materna, com envio do bebê para abrigamento e adoção”, destacou.
 
A médica psiquiatra Maressa Steiner, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Infanto-Juvenil Travessia, afirmou que a mudança também pode refletir em impactos na saúde mental da adolescente gestante, como estresse e ansiedade, depressão, baixa autoestima, problemas de relacionamento e maior risco de abuso de substâncias, sem contar nos desafios para dar continuidade aos estudos e, consequentemente, na carreira profissional.
 
Ela também ponderou sobre riscos para bebês. “Podem estar em maior risco de problemas de saúde mental devido a fatores como falta de apoio adequado, estresse materno e condições socioeconômicas desfavoráveis, afinal, com poucas exceções, o adolescente não consegue se bancar financeiramente”, afirmou Maressa.
 
 
Alternativas para prevenção
 
 
– camisinha
– anticoncepcional oral
– anticoncepcional injetável mensal e trimestral
– DIU de cobre
– DIU hormonal Mirena
– Implante subdérmico de etonogestrel (implanon)
 
A solicitação pode ser feita em qualquer um dos 67 centros de saúde de Campinas. Os endereços e horários de funcionamento estão na página da Secretaria de Saúde, no link: https://portal.campinas.sp.gov.br/secretaria/saude/pagina/unidades-de-saude
 
“A adolescente pode usar todos os métodos anticoncepcionais disponíveis, a idade não é critério para uso, exceto os definitivos. A definição será pelos critérios de uso, portanto, precisamos romper com os preconceitos. Cabe lembrar que somente a camisinha masculina e feminina protegem contra a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, hepatite e Aids”, ressaltou Miriam.

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