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Guerra contra dengue: Saúde reduz falta de acesso no Eulina, mas alerta 3 regiões
O 3º mutirão de 2024 para prevenção e combate à dengue em Campinas visitou 3 mil imóveis dos bairros Jardim Eulina, Jardim Quarto Centenário, Bonfim e Castelo no sábado, 20 de janeiro, mas ficou sem acesso em 59% deles, o equivalente a 1,7 mil. A lista inclui espaços fechados, desocupados e até mesmo recusas de moradores às visitas das equipes que atuam para eliminar os criadouros do mosquito transmissor e orientar os moradores.
No caso do Eulina, os imóveis visitados são os que estavam inacessíveis no mutirão anterior, realizado entre 11 e 12 de janeiro. Naquele trabalho, a pendência estava em 44,5% e, com a nova ação deste fim de semana, o índice total do bairro foi reduzido a quase 23,2%.
– Bonfim, Castelo e Quarto Centenário – 2.273 imóveis visitados, dos quais 1.354 estavam inacessíveis (59,6%).
– Eulina – 2.786 imóveis visitados nos dois mutirões, sendo 657 inacessíveis (23,5%). Considerando-se somente o sábado, foram 584 visitas e 342 estavam inacessíveis (58,6%)
– Ação de entrega de panfletos nos bairros: 140 visitas e 80 estavam inacessíveis (57,1%).
A ação reuniu 101 funcionários da empresa Impacto Controle de Pragas, que usam camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Além disso, participaram sete voluntários e 23 agentes dos departamentos de Saúde (DS) e de Vigilância em Saúde (Devisa). O prefeito, Dário Saadi, também acompanhou parte da ação no Eulina e pediu apoio da população no esforço junto ao Poder Público para a guerra contra o Aedes aegypti.
“Pedimos aos moradores para ficarem atentos, permitirem o acesso dos agentes e também realizarem checagem semanal proposta pela Saúde”, afirmou.
O coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, voltou a fazer um apelo sobre a entrada das equipes nos imóveis, principalmente para os três bairros onde a taxa permaneceu elevada no fim de semana.
“Chamou atenção que a pendência nos bairros adjacentes ao Jardim Eulina, que ainda não tinham sido trabalhados, também têm apresentado um grande percentual de imóveis inacessíveis, mesmo no sábado que é um dia que nem todo mundo sai de casa para trabalhar. Foi encontrado um grande número de larvas em criadouros nos imóveis, por isso, isso nos mostra que a necessidade da população se engajar mais no combate à dengue. Os agentes da Secretaria de Saúde têm um olhar mais apurado para identificar criadouros e por isso é importante que os recebam para ter conhecimento das orientações”, afirmou.
Durante os trabalhos de sábado foram retiradas pelo menos 14 toneladas de materiais por caminhões cata-trecos, e veículos que recolhem resíduos descartados em áreas públicas.
A administração repetiu a estratégia do mutirão anterior, com drones para visualizar imóveis fechados e apoio de chaveiros, quando necessário. A operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
Bairros em alerta
A Secretaria de Saúde divulgou na manhã desta segunda-feira, 22 de janeiro, um novo
boletim semanal sobre a dengue com 12 áreas em alerta para a doença em virtude do alto potencial de transmissão. Os bairros foram selecionados em virtude dos casos confirmados ou suspeitos nos últimos sete dias e o objetivo é mobilizar a população para mais cuidados.
O comunicado Alerta Dengue é o 49º emitido pela Prefeitura desde que a ferramenta foi implementada como estratégia de enfrentamento às arboviroses. Ele reúne nesta edição:
– Nova Campinas e Jardim Nilópolis (Leste)
– Bonfim, Jardim Chapadão e Conjunto Habitacional Padre Anchieta (Norte)
– Jardim Paulicéia e Jardim Lisa (Noroeste)
– Parque Industrial e Parque Jambeiro (Suleste)
– Jardim Santa Lúcia, DIC IV e Parque Vista Alegre (Sudoeste)
Pacote de ações
Em 19 de dezembro de 2023, o prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
A cidade registrou no ano passado 11.119 casos e três óbitos pela doença – dados parciais até 12 de janeiro deste ano. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.
Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Orientações sobre assistência
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
Comitê de prevenção
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.