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IA contra dengue: Campinas amplia assistência em saúde para 38,6 mil em três meses

A Secretaria de Saúde de Campinas conseguiu ampliar a assistência em saúde para 38,6 mil pessoas sintomáticas de dengue que buscaram o SUS Municipal, em três meses, com uso de inteligência artificial (IA). O recurso é um instrumento adicional da Pasta para qualificar o atendimento desde 12 de março e o balanço considera registros até 11 de junho. 

Toda pessoa diagnosticada com dengue ou com suspeita da doença após atendimento presencial recebeu via WhatsApp uma mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a monitorar as condições do paciente e, caso necessário, faz nova orientação sobre busca por atendimento e coloca o centro de saúde (CS) de referência dela em atenção.

Perfil

Ao longo dos três meses, o sistema disparou 112.563 comunicados aos telefones dos pacientes por meio da assistente virtual Ana, e 38.676 usuários responderam. Neste grupo de interações, 13.784 (35,6% do total) foram orientados a retornar ao serviço de saúde.

Entre os pacientes que receberam comunicados com mensagem para procurar nova assistência, 11.470 relataram presença de sinais de alerta, e 1.218 sinalizaram falta de hidratação adequada. Já as duas situações foram mencionadas por 1.096 pacientes.

Só recebe esta mensagem quem está com a doença ou tem suspeita, e passou por uma consulta em um dos 68 CSs ou pelas unidades de pronto atendimento (UPAs) e prontos-socorros da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar.

“A Saúde de Campinas se preparou para enfrentar a epidemia de dengue com análise sistemática, reorganização da rede municipal, compra antecipada de insumos e capacitações das equipes de saúde nas redes pública e particular. Além disso, inovou ao colocar a inteligência artificial como um recurso adicional para monitorar os pacientes e orientá-los sobre a necessidade de retornar às unidades de saúde para evitar possíveis agravamentos. Tenho certeza de que, com a popularização do recurso, os números serão ainda mais expressivos, mas é inegável a importância do chatbot ao vermos que quase 40 mil pessoas interagiram e foram assistidas corretamente”, destacou o secretário de Saúde, Lair Zambon.

Como funciona na prática?

Por meio do chatbot, a Saúde verifica se o paciente apresenta sinais que mostram necessidade de retorno ao serviço de saúde, no período do segundo ao oitavo dia de sintomas.

Depois disso, duas perguntas são feitas pela IA. A primeira questão é se o paciente consegue se hidratar conforme a orientação em atendimento. Já a segunda pergunta faz referência a possíveis sinais de alerta, como tontura, dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos ou fraqueza.

Caso o paciente esteja em um destes quadros, ele é orientado a procurar imediatamente por um serviço de saúde. Ao mesmo tempo, com objetivo de ampliar a atenção sobre o caso, os CSs de referência são comunicados para intensificar o monitoramento. 

O número usado pelo chatbot é (19) 9-9604-3012. A Secretaria de Saúde destaca que a identificação se dá pela assistente virtual “Ana – Acesso Fácil – Saúde Campinas”.

Assistência em saúde

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

“A gravidade por dengue se dá, principalmente, na fase que a gente considera crítica, quando a pessoa deixa de ter febre. É diferente de outras viroses. Nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se melhoram ou se começam a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva, ou se a mulher menstruada começa a ter um maior volume, tem aquela sensação de desmaio e começa a se sentir mais indisposta. Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 mL por quilo de peso. Isso é qualquer líquido e um terço disso em sais de hidratação”, alertou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea von Zuben.

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