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Brasil

IGP-DI tem deflação de 0,38% em julho

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,38% em julho. Essa é a primeira queda do índice desde novembro de 2021, quando foi registrada deflação de 0,58%. Com esse resultado, o IGP-DI em 12 meses caiu de 11,12%, em junho, para 9,3%, no mês passado. O indicador foi divulgado hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Em junho, a taxa apresentou alta de 0,62%. No ano, o índice acumula alta de 7,44%. Em julho de 2021, o índice havia subido 1,45% e acumulava elevação de 33,35% em 12 meses.

Segundo o coordenador dos Índices de Preços do Ibre/FGV, André Braz, as quedas verificadas nos preços de grandes commodities – minério de ferro (de -1,63% para -12,94%), soja (de -0,81% para -2,27%) e milho (de -3,30% para -4,98%) – explicam a desaceleração da inflação ao produtor, que fechou em queda de 0,32%.

“No âmbito do consumidor, prevalecem as contribuições dos energéticos, principalmente gasolina (de 0,18% para -14,24%) e energia elétrica (de -0,41% para -5,13%)”, afirmou, em nota, André Braz.

Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,32% em julho. No mês anterior, o índice havia apresentado taxa de 0,44%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,72% em junho para 0,28% em julho.

“O principal responsável por este recuo foram os alimentos processados, cuja taxa passou de 0,72% para -0,08%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,55% em julho, contra 0,82% em junho”, diz o Ibre/FGV.

Segundo a pesquisa, a taxa do grupo bens intermediários passou de 1,33%, em junho, para 0,89% em julho. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 7,94% para 5,02%. O índice de bens intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,06%, em julho, ante queda de 0,09%, no mês anterior.

O estágio das matérias-primas brutas intensificou a queda em sua taxa de variação, que passou de -0,78% em junho para -2,19%, em julho. Segundo o estudo, contribuíram para este movimento os seguintes itens: minério de ferro (-1,63% para -12,94%), algodão em caroço (-3,30% para -14,45%) e soja em grão (-0,81% para -2,27%). Em sentido oposto, estão leite in natura (3,55% para 14,37%), bovinos (-1,52% para 3,62%) e mandioca/aipim (1,73% para 7,32%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 1,19% em julho, após alta de 0,67% em junho. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: transportes (0,18% para -4,81%), educação, leitura e recreação (2,06% para -4,06%), habitação (0,43% para -0,70%) e vestuário (1,26% para 0,47%).

“Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos seguintes itens: gasolina (0,18% para -14,24%), passagem aérea (9,43% para -19,81%), tarifa de eletricidade residencial (-0,41% para -5,13%) e roupas (1,53% para 0,30%)”, afirma o Ibre/FGV.

“Em contrapartida, os grupos comunicação (-1,08% para -0,09%), alimentação (1,30% para 1,34%), despesas diversas (0,13% para 0,30%) e saúde e cuidados pessoais (0,42% para 0,45%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-2,59% para 0,29%), laticínios (6,07% para 11,58%), cigarros (zero para 2,52%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,68% para -0,42%)”, diz a FGV.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,86% em julho, ante 2,14% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: materiais e equipamentos (1,07% para 0,34%), serviços (0,68% para 0,62%) e mão de obra (3,35% para 1,36%).

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