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Keiko Fujimori tem vantagem estreita em apuração no Peru

A candidata conservadora Keiko Fujimori mantinha uma vantagem estreita na apuração do segundo turno da eleição presidencial do Peru na manhã desta segunda-feira (7), mas seu rival socialista, Pedro Castillo, reduzia a diferença indicando um resultado apertado.

A incerteza prevalecia sobre quem assumirá a Presidência de um país altamente polarizado, com a apuração oficial mostrando Keiko com 50,5% dos votos e Castillo com 49,5%, com cerca de 90% dos votos apurados. A diferença vem diminuindo e a expectativa é que os votos que faltam ser contados venham das áreas rurais do país e favoreçam Castillo.

Uma contagem rápida e extraoficial divulgada na noite desse domingo (6) pelo Ipsos Peru deu uma vantagem bastante estreita a Castillo, depois de uma pesquisa de boca-de-urna dizer que Keiko venceria por pouco, o que deixou investidores e mineradoras à mercê de especulações.

O desfecho provável, de um resultado apertado, pode provocar dias de indefinição e tensão, e a votação destaca a disparidade acentuada entre a capital Lima e o interior rural, que impulsionou o avanço inesperado de Castillo.

Lucia Dammert, uma acadêmica peruana radicada no Chile, previu que os próximos dias serão febris, com possíveis contestações dos votos e pedidos de recontagem, e anteviu protestos, particularmente se Keiko Fujimori vencer.

“O que está claro é que, se Keiko vencer, terá que se trancar em uma fortaleza em Lima e engolir o que acontecerá no resto do país”, opinou.

À medida que os primeiros resultados entravam na noite de ontem, Castillo, filho de camponeses de 51 anos que prometeu reformular a Constituição e as leis de mineração do Peru, estimulava os apoiadores a “defenderem a votação”, mas mais tarde pediu calma.

Keiko, de 46 anos, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso por abusos de direitos humanos e corrupção, também apelou por “prudência, calma e paz dos dois grupos”.

O banco J.P. Morgan disse, em boletim, que dias podem se passar até o resultado da eleição na nação andina rica em cobre ficar claro, e que os dois candidatos podem optar por esperar o final do processo para declarar vitória ou reconhecer a derrota.

“A menos que a situação indefinida retratada pela contagem rápida se mostre errada, parecemos na iminência de vários dias de incerteza acentuada”, disse a instituição financeira.

Na corrida polarizada, os rivais prometeram remédios muito diferentes para o Peru, que sofreu com escândalos de corrupção nos últimos anos e um declínio econômico acentuado, resultante do surto de covid-19 per capita mais mortífero do mundo.

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