Nossa Cidade
MACC ganha sistema de climatização para preservação das obras de artes
O Museu de Arte Contemporânea de Campinas passa a ter um sistema de climatização com ar-condicionado que possibilita a salvaguarda adequada das obras de artes. O sistema é resultado do projeto MACC Vivo, contemplado pelo Proac 35/2022 e foi conferido a partir de uma visita guiada realizada na manhã desta quinta-feira, 7 de março.
Participaram da visita o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi, coordenadores da Coordenadoria de Museus, a gestora do MACC, Flávia Lodi, o secretário consultor em climatização Bruno Fedelli, a conservadora e restauradora Claudia Bianchi, o arquiteto e artista Alexandre Silveira e a coordenadora e proponente do projeto, Maíra Endo.
Segundo o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi, o sistema permitirá que as obras de arte do MACC fiquem sempre em condições ideais de temperatura e umidade criando então uma forma de preservar o patrimônio e possibilidade de ganhar novas obras para a cidade de Campinas. "Este projeto, nós ganhamos de parceiros da sociedade civil, que captaram recursos do governo do Estado e não precisou de orçamento próprio, mas criou uma grande melhoria para nosso museu”, diz Rapassi.
“Para nós é uma grande alegria conseguir receber este recurso por meio do PROAC, uma vez que o próprio museu já estava em obras e isto, de fato, traz um novo equipamento extremamente qualificado e entregue para a cidade”, destaca a secretária municipal de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Caprioli.
Climatização da Reserva Técnica do Museu
De acordo com a coordenadora e proponente do projeto, Maíra Endo, é um contentamento muito grande poder financiar este projeto e entregar esta reserva técnica climatizada. "A importância da climatização é na conservação da história das artes visuais de Campinas, na produção dos artistas deste museu”, acrescenta.
Ela explica que o projeto promoveu a climatização da chamada Reserva Técnica do Museu. “O sistema de climatização atende também o Laboratório de Restauro e uma Sala de Quarentena, importante por oferecer temperatura intermediária quando uma obra é transferida do acervo para o espaço expositivo ou movimento contrário. Isso impede que a peça sofra choque térmico e seja danificada”, explica Maíra. Neste ambiente, também são trabalhadas as obras que necessitam de cuidados especiais em relação a higienização, conservação e restauração, “pois precisam ficar isoladas para não contaminar outras obras”, complementa Juliana Vieira, professora de arte e organizadora do acervo do MACC.
Para a gestora do MACC, Flávia Lodi, ter uma Reserva Técnica climatizada e uma Sala de Quarentena é um passo importante para a preservação do acervo museológico, pois permite focar a atenção nos cuidados de um local vital, onde se guarda o que é mais precioso em um museu. “É uma conquista valiosa e, para que essa guarda tenha êxito, existem algumas particularidades cruciais para essa preservação, como a política de gestão do acervo (aquisição e desapropriação), com suas rotinas de conservação preventiva, higienização, documentação, controle de umidade e temperatura, catalogação e pesquisa, precisam ser realizadas com rigor e expertise. Sendo assim, é uma importante aquisição para nosso Museu e nossa cidade”, acrescenta.
Maíra esclarece que para a elaboração do projeto foram firmadas parcerias com a empresa de consultoria Hypocaustum, especializada na climatização de museus e reservas técnicas, por meio do engenheiro Bruno Fedeli, Claudia Bianchi e Alexandre Silveira, que além de arquiteto, é artista e foi um dos principais incentivadores desta proposta.
Neste sentido, vale ressaltar a importância de a realização do projeto partir de trabalhadores da cultura e artistas que já expuseram seus trabalhos no MACC. Em prol de um equipamento público de grande relevância para as artes visuais do município, os autores se debruçaram na tarefa de propor, elaborar e organizar toda a documentação para participar de editais concorridos de fomento à cultura do Estado de São Paulo. O projeto teve apoio também de Fernando de Bittencourt, que esteve à frente da chefia do MACC por quase duas décadas e foi realizado pelo PROAC 35/2022 do Governo do Estado de São Paulo.
Reformas
Além da requalificação da reserva técnica, o MACC passa por reforma elétrica, cuja conclusão está prevista para maio deste ano. Até lá, o MACC permanece fechado ao público. O objetivo desta reforma é adequar toda a estrutura elétrica do prédio. “Anteriormente, o museu estava em boas condições, mas não comportava a instalação de iluminação específica para as exposições, também não comportava ar-condicionado, por ser um prédio todo fechado, nos meses mais quentes, quando tinha muita gente dentro, havia uma sensação de desconforto térmico. Então, essa obra possibilita que a gente faça a refrigeração do acervo, que já aconteceu através da parceria e também que a gente, em breve, coloque condicionamento de ar na área expositiva, onde o público tem acesso”, acrescenta Rapassi.