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Maio Amarelo: Emdec divulga Caderno de Acidentalidade 2020
Em mais uma ação inserida na programação do movimento “Maio Amarelo” 2021, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) lançou na tarde desta terça-feira, dia 11 de maio, o “Caderno de Acidentalidade no Trânsito em Campinas 2020”. A divulgação ocorreu durante o “Encontro Intersetorial Campinas pelo Maio Amarelo: Lançamento do Boletim Epidemiológico de Mortalidade por Acidentes de Trânsito e Caderno de Acidentalidade de Campinas”.
O evento foi transmitido pelo canal da Escola de Governo e Desenvolvimento do Servidor (EGDS) no YouTube. Participaram o secretário de Transportes, Vinícius Riverete; o secretário de Saúde, Lair Zambon; o presidente da Emdec, Ayrton Camargo e Silva; e técnicos de diversas áreas. A apresentação do “Boletim Epidemiológico – Mortalidade por Acidentes de Trânsito 2020” foi feita pela enfermeira do Departamento de Vigilância em Saúde, Ana Paula Crivelaro Ferreira. E a apresentação do Caderno de Acidentalidade de Campinas foi feita pela especialista em Trânsito e responsável pela Educação e Mobilidade da Emdec, Roberta Mantovani.
“Vamos aproveitar este mês, que é mundialmente dedicado para a segurança no trânsito, para intensificar, ainda mais, a conscientização das pessoas sobre a importância de usar o cinto de segurança, não mexer no celular ao dirigir e circular na velocidade permitida. Enfim, mostrar à população a importância da atenção no trânsito e do respeito às normas de circulação”, enfatizou o secretário de Transportes, Vinícius Riverete.
Para o secretário de Saúde, Lair Zambon, “a saúde pública vem vivendo um período bem difícil, com ocupação enorme dos leitos por conta da Covid-19. Qualquer coisa que diminua a demanda por leitos, como a redução dos acidentes de trânsito, é super bem-vinda”.
O presidente da Emdec, Ayrton Camargo e Silva, destacou a importância dos bancos de dados. “As estratificações dos dados permitem que a gente chegue aos segmentos mais fragilizados e identifique os comportamentos de risco, para nortear as ações de educação e continuarmos com a nossa missão de ser uma empresa em defesa da vida no trânsito”. De acordo com o presidente, “Campinas foi a primeira cidade do País a adotar a fiscalização eletrônica na busca pela segurança viária, por meio de radares”.
O encontro também contou com a participação do consultor internacional em projetos relacionados à segurança viária e mobilidade sustentável da Organização Panamericana da Saúde (OPAS/OMS), Victor Pavarino. Ele fez uma avaliação da primeira “Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020” e sobre os desafios futuros. “2020 foi um ano totalmente atípico, em todos os segmentos, e não foi diferente no trânsito. O início de uma nova Década de Segurança, 2021 – 2030, demanda novos planos e novos posicionamentos, dentro do chamado ‘novo normal’, e temos que continuar trabalhando em consonância com estes novos tempos”.
Acidentalidade
O Caderno de Acidentalidade 2020 faz um balanço da primeira “Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020”, que foi instituída mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Campinas. Ele traz informações sobre a evolução da frota de veículos e da população, nos últimos dez anos; e também apresenta dados sobre a acidentalidade.
Em 2011, eram 744.550 veículos licenciados em Campinas. Já em 2020, eram 922.266, representando um crescimento de 23,9%. No mesmo período, a população saltou de 1.088.611 para 1.213.792, aumento de 11,5%. A taxa de motorização, que é a relação entre veículos por habitantes, passou de 0,68 para 0,76, crescimento de 11,8%.
Mesmo com o aumento da frota, da população e da taxa de motorização, o número de mortes no trânsito urbano de Campinas foi reduzido em 58,8%, caindo de 148 vítimas em 2011, para 61 em 2020. A mortalidade por 10 mil veículos é de 0,66.
Ainda na comparação entre 2011 e 2020, ocorreu queda de 60,4% nas mortes envolvendo pedestres, de 53 para 21; redução de 65,7% nas mortes envolvendo motociclistas, de 70 para 24; e diminuição de 36% nas mortes de ocupantes de demais veículos, de 25 para 16, sendo que seis são ocupantes de bicicletas. Em 2020 ocorreram 61 acidentes fatais na malha urbana de Campinas, resultando nas 61 mortes.
Como destaques positivos, comparando 2019 com 2020, ocorreu significativa redução, de 25%, no total de acidentes fatais envolvendo ocupantes de motocicletas, caindo de 32 para 24 vítimas fatais. Campanhas educativas em 2020 tiveram como foco principal os motociclistas, principalmente os que trabalham com entregas por aplicativos.
Também ocorreu redução, de 14,1%, no total de atropelamentos, que foram de 249 para 214. Mas, comparando 2019 com 2020, as mortes de pedestres aumentaram 61,5%; e na de ocupantes de demais veículos, a alta foi de 6,7%. O total de vítimas fatais teve variação de 1,7% (de 60 para 61).
Perfil das vítimas fatais
Das 61 vítimas fatais no trânsito urbano de Campinas em 2020, 87% (53) eram do sexo masculino; e 13% (8) do sexo feminino. Os ocupantes de motocicletas mortos no trânsito eram predominantemente jovens. A maior concentração está na faixa etária de 18 a 23 anos, 29,2% das vítimas (sete pessoas). Em seguida vem a faixa etária de 36 a 41 anos (25%).
Do total de vítimas por atropelamento, 38% (8) eram idosos a partir de 72 anos. Do total de acidentes fatais, 48% ocorreram no período noturno, ente 18h e 23h59.
Veículos envolvidos em acidentes fatais
A motocicleta, que representa 15% da frota, esteve envolvida em 48% dos acidentes fatais, sendo 40% em acidentes com vítimas e 8% em atropelamentos.
Os ciclistas representaram 9,8% das vítimas fatais de 2020.
Velocidade e álcool: fatores de risco
O Caderno de Acidentalidade traz uma análise dos fatores que contribuíram para a fatalidade dos acidentes, em 2020. Para os condutores de veículos, o excesso de velocidade, a ingestão de bebidas alcoólicas e o desrespeito à sinalização foram fatores preponderantes. E em torno de 60% dos ocupantes dos veículos não utilizavam o cinto de segurança.
Para os pedestres, a imprudência (desrespeito à faixa de pedestres, travessia em sinal vermelho e travessia em local impróprio) e o álcool foram os fatores contribuintes.
Uso do álcool
Na análise, 48,5% das vítimas mortas que passaram por exame de alcoolemia estavam alcoolizadas no momento do acidente. Do total de registro de alcoolemia, 44% eram motociclistas, 31% condutores dos demais veículos; e 25% pedestres.
Do total de casos de alcoolemia, 56% tinham entre 30 e 59 anos de idade; 94% dos casos foram na noite ou madrugada; e 75% dos casos foram de sexta-feira a domingo (fim de semana).