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Mais dois cruzamentos recebem semáforos sonoros para travessia de cegos
O sistema de aviso sonoro que aumenta a autonomia e a segurança nos deslocamentos das pessoas com deficiência visual acaba de ser implantado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) em mais dois cruzamentos de Campinas. Agora, 16 cruzamentos no total, na cidade, contam com semáforos sonoros acionados por chaveiros eletrônicos individuais (tags).
Nesta sexta-feira, 29 de julho, no contexto das comemorações em torno dos 248 anos de Campinas, os semáforos sonoros foram ativados nos cruzamentos da Avenida Anchieta com as vias Benjamin Constant e Barreto Leme. Os locais foram selecionados a partir do resultado de pesquisa de satisfação realizada com os primeiros usuários. Os pontos situam-se no entorno do Paço Municipal, tornando mais seguro o acesso ao prédio.
Os dispositivos contam com sinal bluetooth e detectam a presença do usuário portador das tags, na medida em que se aproximam dos semáforos com a tecnologia instalada. O sinal sonoro indica que o deficiente visual pode iniciar a travessia.
As tags são utilizadas por deficientes visuais previamente cadastrados. Na fase inicial do projeto, a Emdec distribuiu 50 tags; e outras 240 estão disponíveis para retirada. Os interessados devem procurar o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, que intermedia a distribuição junto à Emdec. São contempladas pessoas que apresentam 100% de perda visual, utilizam o transporte público coletivo com regularidade e circulam nas regiões contempladas.
A Emdec investiu cerca de R$ 8 mil na implantação da tecnologia nos dois cruzamentos, incluindo a instalação de botoeiras, sistema operacional, aquisição das tags e insumos.
Histórico
Em 2021, a tecnologia foi implantada em semáforos em dez pontos da Avenida Francisco Glicério, nos cruzamentos com as seguintes vias: Barreto Leme, Benjamin Constant, Bernardino de Campos, General Osório, Dr. Campos Sales, Treze de Maio, Conceição, Ferreira Penteado, Dr. Moraes Salles e Cônego Cipião. O tempo de travessia para a pessoa cega é variável, de acordo com as características de cada ponto.
O cruzamento das avenidas Senador Antônio Lacerda Franco e Adão Focesi, na região do Jardim do Lago, também recebeu a tecnologia em março de 2021, quando foram implantados novos conjuntos semafóricos no local, como contrapartida de empreendimento de interesse social.
Em outros três locais, os semáforos sonoros existentes foram adequados para o sistema atual (com detecção de presença): na Avenida Washington Luís, próximo ao Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores (ICCT); na Avenida Dr. Antônio Carlos de Salles Jr, próximo ao Centro Cultural Louis Braille; e na Rua Jorge de Figueiredo Corrêa, próximo ao Instituto CPFL.
Funcionamento
Cada chaveiro eletrônico (tag) conta com um código único, previamente cadastrado no sistema de detecção de presença. Quando as tags são aproximadas dos semáforos sonoros, o sistema compara as informações com a tabela de códigos cadastrados. Ao encontrar o cadastro, o modo sonoro é ativado automaticamente, sem a necessidade de acionamento físico de botões.
Placas eletrônicas e botoeiras convencionais foram instaladas na parte superior das colunas semafóricas. Ao primeiro acionamento, o deficiente visual escutará a mensagem “Travessia solicitada, aguarde”.
Em seguida, é emitido um sinal sonoro, indicando que o pedestre pode iniciar a travessia. O alerta segue o padrão regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e se intensifica ao final do tempo de travessia.
Inédito no Brasil, o sistema que aciona o semáforo sonoro por detecção de presença apresenta baixo custo de implantação. Além disso, sua estrutura inibe situações de vandalismo, já que os dispositivos são instalados no interior de caixas, fixadas na parte superior das colunas semafóricas.
A redução da poluição sonora para a comunidade no entorno é outra vantagem, uma vez que o sinal somente é emitido no momento da travessia. Além disso, é possível reduzir o volume do som no período noturno.