Missão termina com visita à capital administrativa da Coreia e simpósio

Terminou nesta sexta-feira, 30 de setembro, a viagem de estudos realizada por uma comitiva de Campinas à República da Coreia. Encontro científico apresentou os resultados da visita aos polos tecnológicos coreanos e da troca de experiências iniciada na última segunda-feira, dia 26. No penúltimo dia da missão, 29, os convidados estiveram na cidade administrativa de Sejong. A Prefeitura de Campinas homenageou com presentes oficiais os anfitriões que ciceronearam o grupo.

“Conhecer a experiência urbanística da Coreia e a imersão nessa cultura tão rica representou o aprendizado de uma vida. Tantos casos bem-sucedidos, tantas boas experiências de ótimas relações entre espaços públicos e privados, tantas possibilidades colocadas em prática, nos mostram que o caminho é realmente esse”, avaliou a secretária de Planejamento e Urbanismo de Campinas, Carolina Baracat Lazinho, no encerramento da visita. Ao lado dos secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi, e de Finanças, Aurílio Caiado, Baracat representou o poder municipal na missão oficial.

O principal aspecto da viagem foi buscar conhecimento sobre a implantação de cidades inteligentes e polos tecnológicos baseados no desenvolvimento sustentável. A missão, também com representantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da PUC-Campinas, foi custeada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e organizada pelo Instituto de Pesquisa Coreano para Assentamentos Humanos (KRIHS/Korea Research Institute for Human Settlements).

Pesquisadores do KRIHS são responsáveis pelo desenvolvimento do projeto urbano (masterplan) para a instalação do HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) de Campinas, financiado pelo BID. O HIDS, que tem o estudo coordenado pela Unicamp, compreende uma área de 11 milhões de metros quadrados, inseridos no Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (PIDS) de Campinas. O desenvolvimento do Polo, uma região de 17 milhões de metros quadrados, no Distrito de Barão Geraldo, está sendo realizado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (Seplurb) e prevê um zoneamento específico.

Outro aspecto da visita foi apresentar o potencial de Campinas para investidores coreanos. Na noite da última quarta-feira, a nova Lei de Incentivos Fiscais foi destaque da agenda da comitiva. Os secretários  Aurílio Caiado e Adriana Flosi participaram de um encontro com empresários na embaixada do Brasil na Coreia, em Seul. Eles apresentaram os atrativos, como a legislação atual que oferece uma série de incentivos para investimentos ou expansão de negócios. “Nosso objetivo é atrair grandes empresas para Campinas. Foi uma grande oportunidade e tenho certeza que resultará em bons frutos”, avaliou Caiado.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Adriana Flosi, a apresentação a empreendedores asiáticos foi uma oportunidade de mostrar o potencial da cidade. “Campinas tem localização estratégica, mão de obra qualificada, polo industrial diversificado e três parques científicos e tecnológicos. Sem dúvidas, hoje é uma das melhores cidades para investir. É, hoje, um epicentro de ciência, tecnologia e inovação.”

Inspiração brasileira

A última visita a uma cidade planejada da Coreia foi realizada ontem, dia 29. A comitiva esteve em Sejong companhada por pesquisadores e conheceu sede do Instituto Coreano (KRIHS), que fica na cidade administrativa.

Concebida sob a inspiração de Brasília, Sejong foi a terceira cidade visitada pela equipe e concentra os prédios públicos da administração federal. Fica na região central da República da Coreia, como a capital brasileira, e foi concebida para receber agências do governo e organizações de pesquisa. Cerca de 20 mil funcionários de 43 empresas governamentais e 20 centros de pesquisa foram realocados de Seul para Sejong.

Com desenho horizontal e prédios de baixa estatura, a cidade administrativa tem escritórios verdes (eco-friendly) com sistemas de iluminação e ventilação sustentáveis. São 3,6 km de pontes e jardins nos tetos de edifícios conectando 15 construções. “Depois de 60 anos, ver que Brasília vem sendo referência na questão do projeto urbanístico de concentrar os prédios administrativos é muito inspirador”, disse a secretária Carolina Baracat Lazinho. 

Para a secretária de Planejamento de Campinas, com a parceria com as universidades, com o BID e a interface com o Instituto Coreano de Pesquisa, “o trabalho se tornou ainda mais rico”. “Nossa vinda também nos fez conhecer a forma de implementação dos projetos coreanos e, certamente, como lição de casa, nos fará pensar ainda mais sobre essa questão junto a equipe”, frisou.

“A sensibilidade do KRIHS ao projetar o masterplan para a área do HIDS, traz propostas que coadunam com a da Prefeitura para o Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável, e também apresentam um passo à frente. Foi enriquecedor”, avaliou Baracat. “A nossa equipe já vinha estudando muito sobre a região e sobre smartcities, desde o início do trabalho de elaboração do plano para a PIDS. O conceito de Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (DOT), usos mistos e a busca de uma cidade para as pessoas, sempre foi a forma que imaginamos para que a região se desenvolvesse como um ambiente criativo e inovador. E vimos que essa diretriz se confirma em resultados positivos na experiência coreana.”

Na quarta-feira, 28, houve visita ao parque tecnológico de Pangyo Techno Valley, chamado de Vale do Silício da Coreia, onde estão instaladas empresas de pesquisa e desenvolvimento em várias áreas, como informação e biotecnologia. Na terça, 27, a comitiva esteve na cidade internacional Songdo, onde foi visitou o Ifez Smart City, Centro de Monitoramento da Cidade Inteligente de Songdo. Considerada Zona Econômica Livre.