Nossa Cidade
No aniversário de Campinas, Associação Griots realiza 14ª edição do projeto ‘Ouvimos Histórias de Vida’
Em meio à correria do cotidiano, prestar atenção no outro é algo raro. Numa cidade grande como Campinas, isso é mais difícil ainda. Mas com certeza, cada um dos mais de um milhão de habitantes da cidade, tem uma história de vida interessante para contar.
Chamar atenção para a arte da escuta, sem pressa nem julgamentos, e valorizar as pessoas que vivem e fazem a história de Campinas são alguns dos objetivos do projeto “Ouvimos Histórias de Vida”, da Associação Griots – Os Contadores de Histórias, que volta à ação no dia 14 de julho.
Acostumados a contar histórias nos hospitais, 10 voluntários dos Griots trocam de lugar e vão ficar de plantão, das 09h às 12h, em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, para ouvir os depoimentos de quem estiver passando por lá.
Esta já é a 14ª edição do projeto ‘Ouvimos Histórias de Vida’, que começou em 2012 e ocorre sempre duas vezes ao ano: em julho e em dezembro. “Quando uma pessoa conta sua história de vida, pondo em palavras aquilo que viveu, ela reorganiza os sentimentos dentro dela. Nossos pensamentos quando não são enunciados costumam tornar-se emaranhados dentro de nós. Ao contá-la, é como se revisitássemos a história e, nesse momento, podemos dar novos significados às nossas vivências. E o mais interessante é que contar algo para alguém que nunca viu antes parece ter uma leveza especial, já que essa dupla ouvinte e contador não possui entre si vínculos capazes de afetar a imagem que um faz do outro”, comenta Larissa Coelho, voluntária Griots e idealizadora da iniciativa.
Segundo ela, o ‘Ouvimos Historias de Vida’ traz benefícios para quem fala – mas principalmente para quem escuta. “Costumamos dizer que o bom ouvinte é aquele que sempre se surpreende com a história do outro. Escutar um ser humano em toda sua singularidade nunca é algo monótono, é sempre uma surpresa. Essa é a postura que desejamos do voluntário: que ele esteja aberto a receber e a maravilhar-se com a história de alguém que nunca viu antes. Nesse sentido, cada edição é sempre algo novo, histórias que estão por vir. Evoluir na arte de escutar é ter a certeza de que sempre tudo é novo, porque cada sujeito é único”, finaliza.