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Brasil

No Rio, vacinação em massa da Maré alcança 36 mil moradores

A primeira fase da campanha #VacinaMaré imunizou cerca de 36 mil moradores da comunidade da zona norte do Rio, com pelo menos uma dose do imunizante AstraZeneca, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O número superou a meta inicial de 31 mil pessoas vacinadas e ainda deve aumentar, porque hoje (4) moradores a partir de 18 anos continuam sendo vacinados nas unidades de saúde da Maré e continua a busca ativa entre aqueles que não se vacinaram.

Ontem, em visita à comunidade, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, fez um balanço da ação e destascou os resultados. Participaram da visita os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e do Turismo, Gilson Machado, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, e a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo.

Uma ampla mobilização no território, com ações de comunicação e esclarecimento aos moradores fez parte da estratégia da campanha, que agregou uma rede de voluntários e parceiros locais.Para Nísia Trindade, a mobilização na Maré é exemplar.

“A mobilização demonstra a importância da associação entre a academia, movimentos sociais e gestão do [Sistema Único de Saúde] SUS.” Ela ressaltou que deve existir uma conjunção entre a mobilização da sociedade e as políticas públicas”, disse.

Pesquisa

A vacinação em massa na Maré, que faz parte de uma pesquisa da Fiocruz e tem o apoio da Secretaria Municipal de Saúde do Rio e da ONG Redes da Maré, oferecerá dados para mapear a dinâmica de circulação do vírus no município e no país.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa de vacinação em massa contra a covid-19 de moradores do Complexo da Maré
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou na última terça-feira de balanço da ação na comunidade – Marcelo Piu/prefeitura RJ

O ministro Marcelo Queiroga afirmou que iniciativas como esta demonstram que o Brasil está no caminho certo para o combate à covid-19. “Esse ato representa o esforço de todos nós para conhecermos mais sobre a covid-19 e a pandemia que tanta tristeza têm trazido ao povo. As estratégias visam trazer respostas que ainda não temos, para que possamos orientar o futuro da nossa campanha nacional de imunização”, observou.

A expectativa é de que, com uma ampla cobertura da população vacinada, e com pelo menos uma dose da vacina contra a doença, casos graves e óbitos provocados pela covid-19 diminuam na Maré. A vacinação em massa e a testagem em grande escala da população são os dois pilares do estudo, que é um desdobramento de diversas ações de saúde pública e mobilização social, implementadas no complexo desde junho do ano passado, com o projeto Conexão Saúde – De Olho na Covid. De acordo com a Fiocruz, desde o início da pandemia, com a implementação do projeto, a taxa de letalidade na Maré caiu 86%.

Segunda fase

A campanha vai continuar com o estudo liderado pela Fiocruz que vai acompanhar, a partir de agora e durante seis meses, os efeitos da vacina em cerca de 8 mil pessoas de 2 mil famílias da Maré. A pesquisa também vai monitorar a circulação de variantes da covid-19 entre os moradores, a ocorrência de casos entre pessoas vacinadas e o nível de proteção de crianças e adolescentes não vacinados.

O projeto, que hoje é referência no combate à pandemia em territórios de favelas, oferece gratuitamente serviços de testagem, telessaúde e apoio no isolamento domiciliar a pessoas com covid-19 e foi preponderante para o avanço da pesquisa entre os moradores da Maré.O esquema de vacinação em massa incluiu 145 pontos de vacinação, entre unidades de saúde, escolas, Vila Olímpica e associações de moradores, 500 profissionais de saúde da Prefeitura e 1.620 voluntários.

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