Nossa Cidade
Novas ações qualificam programa Parceiros da Cidade – Mão Amiga
Qualificar o trabalho que vem sendo realizado pelo “Parceiros da Cidade – Mão Amiga” é uma das diretrizes da coordenação do Programa, que busca ampliar a rede parceira. A ideia é garantir a intersetorialidade e a transversalidade das diferentes políticas públicas que fortalecem o processo de capacitação dos bolsistas e a sua reintegração à sociedade e ao mundo do trabalho.
O programa “Parceiros da Cidade – Mão Amiga” tem como objetivo central utilizar a formação profissional e a integração ao mundo do trabalho para promover a cidadania e a reinserção social de pessoas em situação de rua.
A partir desse conceito, o grupo de 28 bolsistas têm tido oportunidades que vão além da formação profissional na área de jardinagem e paisagismo. As atividades paralelas aproximam esses cidadãos da arte, da leitura, do conhecimento mais amplo, que configuram a formação cidadã dos alunos.
Na primeira semana de setembro, por exemplo, os bolsistas participaram de uma visita monitorada ao Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) e à Biblioteca Municipal Professor Ernesto Manuel Zink. No Macc, viram a exposição interativa “Água + Forte”, do artista plástico Gilberto Salvador, conhecido por sua ousadia ao manifestar, em obras públicas, sua postura política e reflexões sobre questões ambientais.
Durante a visita à biblioteca, o grupo conheceu o acervo do local e teve acesso aos serviços disponíveis aos cidadãos, como o Programa Juventude Conectada e empréstimo de materiais. Também foram informados sobre os saraus e exposições que ocorrem no local.
Depois de dez anos vivendo nas ruas da cidade por conta de desavenças familiares, Regiane, que é natural de Campinas, atualmente mora no abrigo feminino Santa Clara e é uma das bolsistas do Programa Parceiros da Cidade – Mão Amiga. Para ela, foi uma porta que se abriu, principalmente para as mulheres em situação de rua.
“Para mim é um desafio muito grande. Eu quero continuar trabalhando com isso, contrariando as estatísticas, porque quando se fala em jardinagem já lembra logo dos jardineiros, dos homens, mas existem as jardineiras também, eu quero quebrar esse tabu”, falou animada.
Outro bolsista da turma, Luiz Nascimento, viveu nas ruas por 16 anos. Hoje, aos 48 anos de idade, reforça a posição da colega de turma ao dizer que o Mão Amiga está ajudando muita gente. “Esse é um programa muito bom que saiu da Prefeitura. A gente conseguiu uma bolsa para poder pagar um aluguel, construir uma família e algo mais. Estou aprendendo muita coisa, não sabia plantar, não sabia nome de plantas, de adubo, e nós já fomos no Ceasa, no Shangrilá, num punhado de lugar que ensinou coisas diferentes pra gente”.
O próximo passo, de acordo com Luiz, é sair do abrigo e ir para uma pensão, e trabalhar com jardinagem. “Pretendo enviar currículo para atuar na área e me aperfeiçoar sempre mais”, disse.
Novidades
Um dos coordenadores do Programa, Antonio Pedro Rodrigues, informa que estão previstas novidades para qualificar ainda mais o trabalho. “Estamos finalizando o decreto regulamentador da Lei nº 15137, que criou o Parceiros da Cidade – Mão Amiga, e pretendemos integrar outras áreas para ampliar o trabalho intersetorial, além de buscar infraestrutura a caminho do sucesso”, informou.
De acordo com a coordenação, a proposta é abrir um espaço para abrigar o Programa e, junto com os bolsistas, organizar a nova sede, criar campo de reflorestamento, horta e plantio de café. Também pretendem firmar parceria com a Ceasa para montar um laboratório de recuperação de plantas e estruturar uma estufa.
Programa
O Programa é desenvolvido em conjunto, e de forma integrada, pelas Secretarias Municipais de Assistência Social e Segurança Alimentar (SMASA); Educação (SME) via Fumec/ Ceprocamp – Fundação Municipal para Educação Comunitária/ Centro de Educação Profissional de Campinas; Cultura (SMC); Serviços Públicos (SMSP); Saúde (SMS) e Trabalho e Renda (SMTR).
Atualmente, a turma está com 28 alunos que recebem formação teórica e prática na área de jardinagem. As aulas ocorrem na sede da Administração Regional 2 (AR 2), Avenida Norte-Sul, 1600; no Lago do Café, Avenida Doutor Heitor Penteado, 2145; no Parque Taquaral; e no Viveiro Municipal, que fica na Rua Argeu Pires Neto, s/nº, loteamento Xangrilá.
A primeira turma de alunos concluiu a parte teórica em dezembro de 2016 e participa das aulas práticas com o segundo grupo de bolsistas. Todos recebem uma bolsa-auxílio de 277 UFICs (R$ 922,00) ao mês.