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Operação de guerra contra dengue: saiba por que é importante receber as equipes

Campinas inicia na manhã desta quinta-feira, 11 de janeiro, uma operação de guerra no mutirão de dois dias para prevenção e combate à dengue no Jardim Eulina, com uso de três drones para visualizar imóveis com possíveis criadouros do mosquito transmissor, atuação multisetorial e apoio de soldados do Exército. No entanto, evitar nova explosão de casos e mortes na cidade vai além da atuação do Poder Público: é preciso apoio da população dos bairros em alerta, sobretudo em autorizar que os agentes de saúde entrem em imóveis.
 
 
 
 
A importância de receber as equipes dos mutirões e visitas permite:
 
 
  • Identificar os riscos de criadouros do Aedes aegypti que muitas vezes passam despercebidos. Portanto, um olhar técnico contribui para evitar riscos;
 
  • Eliminar focos de proliferação do mosquito usando técnicas adequadas, o que é muito importante. Com isso, o problema é solucionado de forma definitiva;
 
  • Proteger o seu imóvel, os moradores e o bairro. O esforço precisa ser conjunto, logo, é preciso que cada cidadão faça a sua parte na luta diária contra a dengue.
 
"O apoio e participação da população é fundamental para o enfrentamento desta doença, principalmente no momento em que estamos. Além de permitir a entrada dos agentes da Saúde, pedimos que todos reservem apenas 10 minutinhos por semana para eliminar todos os focos de água parada em suas casas, trabalho e demais espaços que frequentam. Somente a ação conjunta entre poder público e população pode ajudar no combate à dengue", falou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto.
 
 
Nova ação no Eulina
 
A volta ao bairro ocorre após ele figurar novamente no boletim semanal de regiões em alerta para elevado risco de transmissão. Além disso, no mutirão anterior realizado em 16 de dezembro, 57% dos imóveis deixaram de ser vistoriados porque estavam fechados, desocupados ou porque houve recusas de moradores às equipes atuantes nos trabalhos.
 
Diante das dificuldades, o mutirão desta vez também inclui trabalhos de chaveiros e se necessária, abertura forçada. Os imóveis onde forem flagradas piscinas e caixas d’água abandonadas ou diversos espaços que possam servir de criadouros para o mosquito, que estejam vazios ou com impedimento de morador para o trabalho, serão acessados com apoio destes profissionais e apoio da Guarda. Esta operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
 
“Estamos criando uma operação de guerra contra a dengue em Campinas com uso de drones e atuação multisetorial, aumentando os mutirões e divulgando um boletim de alerta semanal. O combate à dengue, porém, exige um esforço conjunto do Poder Público e população para eliminar criadouros do Aedes aegypti. Somente assim podemos reduzir casos e evitar mortes”, destacou o prefeito, Dário Saadi.
 
 
Estrutura e organização
 
O mutirão no Eulina começa às 8h30 e vai até o fim da manhã, nos dois dias. A mobilização inclui 37 agentes de saúde, apoio de 37 soldados do Exército, além de equipes da Secretaria de Serviços Públicos para trabalhos de limpeza, capinação e arborização.
 
A logística conta com duas viaturas da Guarda e uma da Emdec, além de caminhões cata-trecos e materiais descartados irregularmente em áreas públicas.
 
 
 
Regiões em alerta
 
O boletim divulgado pela Secretaria de Saúde na segunda-feira, 8 de janeiro, mostra que o Jardim Eulina e mais oito bairros estão em alerta para a dengue por conta do elevado risco de transmissão ou em virtude de casos confirmados e suspeitos da doença. A lista reúne:
 
  • Centro, Botafogo e Vila Itapura – Leste
  • Jardim Eulina – Norte
  • Jardim Novo Maracanã e Parque da Fazenda – Noroeste
  • Vila Vitória, Parque Aeroporto e Recanto do Sol I – Sudoeste
 
A orientação da Pasta, contudo, é para que todas as regiões de Campinas reforcem as medidas preventivas e de combate ao mosquito Aedes aegypti.
 
 
Pacote de ações
 
Em 19 de dezembro de 2023, Dário anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
 
A cidade registrou no ano passado 11.118 casos confirmados e três óbitos pela doença – dados parciais até esta quarta-feira, 10 de janeiro. O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há 14 anos e nove anos, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes.
 
Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
 
 
Esforço conjunto
 
A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registrou em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da “pendência” durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Desde janeiro, metade dos espaços que foram alvo das equipes foi encontrado inacessível porque estava fechado, desocupado ou por conta da recusa de moradores.
 
– 2020: 43,5%
– 2021: 44,7%
– 2022: 46,9%
2023: 50,3%
 
 
Combate à doença
 
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
 
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
 
 
Orientações sobre assistência
 
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
 
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
 
 
Comitê de prevenção
 
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. "Estamos extremamente preocupados e o Comitê está em condições para enfrentamento nos próximos meses", afirmou Furtado.
 
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
 
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.

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