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Operação Estiagem amplia perfil e incorpora ações contra a pandemia
A Operação Estiagem, que ocorre anualmente entre os meses de maio a setembro sob coordenação da Prefeitura, mudou o perfil na edição deste ano, incoporando ações voltadas para a prevenção e o combate à pandemia do novo coronavírus. Sidnei Furtado, diretor da Defesa Civil, órgão integrante da Operação, afirmou que as equipes não poderiam ficar indiferentes aos esforços de toda a sociedade. “Este ano, a Defesa Civil do município, além da atenção às queimadas, também está atuando na higienização de locais onde há grande circulação de pessoas, assim como nas unidades de atenção às pessoas vulneráveis”, explicou.
Nesse contexto de prevenção à Covid-19, foram realizadas 711 desinfecções com as viaturas cedidas pela Defesa Civil. “Apesar de não ser uma medida direta de controle da doença, manter o ambiente limpo é uma estratégia complementar de saúde pública, por isso estamos aumentando a frequência de limpeza desses lugares. A lavagem da área externa é realizada em Centros de Saúde, hospitais, terminais de ônibus, serviços da assistência social, ILPIs, entre outros locais”, explicou a enfermeira Priscilla Brandão Bacci Pegoraro.
Em relação à prevenção e combate a incêndios, de acordo com o monitoramento realizado pela Defesa Civil, nos três primeiros meses da Operação Estiagem – maio, junho e julho, foram registrados 237 focos de incêndios. Também foram emitidos 86 boletins de Estado de Atenção, Alerta e Emergência relacionados à umidade do ar, além de informativos especiais sobre ondas de frio e de baixa temperatura.
“O balanço desses três meses mostra um aumento expressivo de queimadas, que ocorrem pela falta de chuva e pela baixa umidade do ar, que deixa tudo muito seco. Em 2020, foram registrados 133 focos de incêndio, e este ano identificamos, no mesmo período, 237 queimadas. Um aumento de 78,2% em relação ao ano passado”, detalhou Furtado.
Furtado lamenta a falta de conscientização da população, dizendo que esse comportamento amplia as ocorrência porque as pessoas ainda têm o hábito de queimar o lixo e soltar balões. “Por isso, é importante lembrar que atear fogo na mata e soltar balões é crime ambiental e os responsáveis podem ser denunciados pelo número 181”, reforçou Sidnei Furtado.
Em Campinas, a lei 10.024 de 2020 proíbe provocar incêndios intencionais para preparar terreno ou fazer limpeza de mato e lixo orgânico. As multas previstas são de 19 mil reais para os infratores.
Comitê Gestor
Além da Defesa Civil, representantes de nove órgãos públicos participam do Comitê Gestor da Operação Estiagem. Entre eles estão as secretarias municipais de Governo; Saúde; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Serviços Públicos; Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública; Educação; Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Há também a Sanasa e a Fundação “José Pedro de Oliveira”, responsável pela Mata Santa Genebra.
O envolvidos são responsáveis pelo processo de planejamento, articulação, coordenação, execução e avaliação das ações de prevenção e controle dos efeitos da estiagem no município. Dessa forma, ocorre adoção de medidas preventivas a partir do acompanhamento dos índices de baixa umidade relativa do ar, previsão meteorológica e vistorias de campo.
URA
Em relação à Umidade Relativa do Ar (URA), há três índices correlacionados. A emissão de boletins ocorre quando a URA tem índice abaixo de 30%, levando ao Estado de Atenção para URA entre 20 e 30%. O Estado de Alerta é caracterizado pelo índice entre 12 e 20%, enquanto um registro de URA abaixo de 12% leva ao Estado de Emergência.
A Defesa Civil também emite alertas para o frio, acompanhados de medidas recomendadas para proteger especialmente a população mais vulnerável. Esses alertas de baixa temperatura são divulgados quando o índice fica abaixo de 13º C (treze graus Celsius).