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Operação Estiagem divulga balanço parcial. Encerramento será mês que vem
Campinas teve 138 focos de incêndio entre maio, quando começou a Operação Estiagem 2022, e julho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 232. A principal diferença foi verificada no mês de julho: 56 focos contra 166 em 2021.
O coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, acredita que a fiscalização por satélite contribuiu para a queda no número de casos. Ele explicou que o monitoramento por satélite permite rápida identificação dos focos, intervenção e multa, inibindo os responsáveis por atear fogo de repetir a ação criminosa. As informações foram transmitidas durante reunião do Comitê Gestor da Operação Estiagem realizada nesta terça-feira, dia 9 de agosto, na Associação dos Moradores do Bairro Carlos Gomes.
Durante o encontro, que contou com a presença de moradores do bairro e de representantes de secretarias e órgãos municipais, de áreas de proteção ambiental (APAs) e dos Bombeiros, foi apresentado o balanço parcial de ações da Operação, que vai até 30 de setembro. O trabalho é realizado principalmente nos meses mais secos do ano e com maior possibilidade de ocorrência de fogo em áreas vegetadas, assim como de doenças respiratórias e crises hídricas.
No período, são realizadas ações de vistoria, monitoramento, conscientização da população e treinamentos para prevenção e combate a queimadas e incêndios. A Operação Estiagem também monitora as chuvas e o índice de Umidade Relativa do Ar (URA). O balanço apontou que Campinas ficou 61 dias sem chuva desde o começo da Operação até agora, conforme dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp.
Durante a vigência da Operação, foram emitidos 41 alertas de Estado de Atenção (quando a URA está entre entre 20% e 30%) até julho, e cinco somente no mês de agosto. Na comparação com maio a julho do ano passado, houve queda. Na época, foram 60 alertas de atenção.
O município entrou por quatro vezes em Estado de Alerta (URA entre 12 e 20%) em 2022, enquanto no ano passado foram 23 vezes no mesmo período. O ideal para o corpo humano é um índice de Umidade Relativa do Ar girando entre 40 e 70%.
Segundo Furtado, os dados estaduais apontam que a tendência deste ano está melhor que a do ano passado. Porém, ele chamou a atenção para o baixo índice de chuvas e o risco trazido pelos focos de incêndio à saúde pública. “Deve-se evitar queimadas, de qualquer tipo, lembrando que fabricar, armazenar ou soltar balões também é crime que deve ser denunciado pelo telefone 181”, reforçou.
Presente no encontro, o sargento do Corpo de Bombeiros Willian Fábio Robert também discorreu sobre as atividades do órgão. Ele enfatizou a importância do trabalho conjunto, a potencialização de resultados trazidos pela parceira e reafirmou estar à disposição para continuar capacitando brigadas voluntárias.
Vistorias
O diretor da Defesa Civil frisou a importância do apoio dado por satélites no monitoramento das queimadas. Uma equipe do órgão realiza vistorias em todos os locais de ocorrência de focos de queimadas registradas por satélite, e posteriormente realiza a notificação à Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que já emitiu 34 multas este ano. O valor total soma mais de R$ 1,7 milhão. As ações ainda estão sujeitas a recursos judiciais.
Animais mortos
O relatório da Operação também trouxe o número de registros de animais mortos, conforme anotado na plataforma SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os técnicos da Defesa Civil, em vistorias preventivas no entorno do Aeroporto de Viracopos, registraram 30 animais mortos, sendo a maior parte de animais domésticos, além de aves (urubus) e macacos (micos).
Com relação a esses registros, a coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), Elen Fagundes Costa, que também acompanhou a reunião, ressaltou que são extremamente importantes. O levantamento permite o monitoramento da circulação de vírus ou bactérias, permitindo tomar medidas rapidamente.
Rede de rádios amadores para a região
O encontro discutiu, ainda, a criação de uma rede de rádios amadores para atender a região, o que será feito junto com a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores (REER) – SP.
O coordenador Regional da Rede Estadual de Emergência de Radioamadores, ReREER/I-5, da região de Campinas, Tadeu Fernando Del Porto Júnior, ressaltou que o complexo explora todas as possibilidades em uma situação de emergência. “Se uma falhar, teremos outra. Operamos em várias faixas disponíveis para o radioamadorismo”, explicou.