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Operação Estiagem registra aumento de 76% em focos de incêndio em 2021

O balanço da Operação Estiagem, ação realizada por um comitê intersetorial e coordenada pela Defesa Civil de Campinas, foi divulgado nesta terça-feira, dia 19 de outubro. Tendo como principal objetivo intensificar o monitoramento e combate a incêndios, a operação é realizada entre maio e setembro. Neste ano, foram registrados 471 focos de incêndios no período, um aumento de 76% em relação ao ano passado, quando o número foi de 268.

Também à frente de diversas ações, a Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realizou 119 atendimentos de ocorrências de incêndios ou queimadas. Emitiu, ainda, 22 multas a infratores com base na lei 16.024 de 2020, que proíbe provocar incêndios para preparar terreno ou fazer limpeza de mato e lixo orgânico. A multa prevista é de R$ 19 mil por hectare ou fração.

Houve ainda ampliação do trabalho da operação com atividades de prevenção e combate à Covid-19. Foram realizadas 699 desinfecções de áreas externas de grande circulação de pessoas como terminais de ônibus, unidades de saúde e serviços de Assistência Social. A medida é uma estratégia complementar de saúde pública.
 

Resiliência

“A Operação tem sido um instrumento fundamental para a busca da resiliência da cidade de Campinas para o enfrentamento dos efeitos da estiagem”, disse o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado.

 

O monitoramento de incêndios feito pela Defesa Civil foi realizado por imagens de satélite do Sistema de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais, complementado por vistorias preventivas em áreas de risco de queimadas. Os agentes vão até o local e também acionam outros serviços como o Corpo de Bombeiros para combater o fogo.
 

Segundo Furtado, o aumento no número de queimadas se deve a uma combinação de baixa umidade do ar, falta de chuva e comportamento criminoso de pessoas que colocam fogo no mato ou soltam balões. Esta última ação é crime ambiental e pode ser denunciada pelo telefone 181. Os responsáveis estão sujeitos à prisão de um a três anos, multa e até mesmo às duas penalidades simultaneamente.

Campinas Sem Queimadas

A Secretaria do Verde também realizou uma série de ações dentro da Operação Estiagem. A formação de uma brigada voluntária das Áreas de Proteção Ambiental (APA) Campinas e Campo Grande teve a parceria de diversos setores municipais e do Corpo de Bombeiros, órgão responsável pelo credenciamento e acionamento dos voluntários, além de ter ministrado o curso para formação dos brigadistas.

Ao lado do treinamento que integra a política pública de enfrentamento das queimadas em áreas rurais e florestas, foi lançada a campanha #Campinas Sem Queimadas. O objetivo é sensibilizar a população e promover ações educativas entre junho e agosto nas regiões dos distritos de Campo Grande, Barão Geraldo e Sousas, além dos bairros Carlos Gomes, Gargantilha e Monte Belo. As ações também tiveram a participação de diversos agentes como Emdec, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Bombeiros e Secretarias de Cultura e Turismo, Serviços Públicos, Guarda Municipal e Câmara de Vereadores.

 

Atenção, Alerta e Emergência

 

O balanço da Operação também registra aumento na expedição do número de boletins de Estado de Atenção, Alerta e Emergência em 2021. Os três índices estão relacionados à Umidade Relativa do Ar (URA) abaixo de 30%, que é considerada baixa e prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Quando a URA está entre 20 e 30% é registrado Estado de Atenção. O Estado de Alerta é caracterizado pelo índice entre 12 e 20%, enquanto um registro de URA abaixo de 12% leva ao Estado de Emergência. Neste ano foram emitidos 170 boletins do tipo contra 105 em 2020 – aumento de 62%.

 

Também foram emitidos 83 boletins de baixa temperatura (foram 40 em 2020) e cinco sobre ondas de frio. Esses alertas são acompanhados de recomendações para proteção das pessoas mais vulneráveis e divulgados quando a temperatura está abaixo de 13°C.

Comitê Intersetorial

O Comitê Gestor da Operação Estiagem é formado pela Defesa Civil, órgão da Secretaria Municipal de Governo; secretaria de Saúde; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Serviços Públicos; Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública; Educação; Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também integram o órgão a Sanasa e a Fundação “José Pedro de Oliveira”, responsável pela Mata Santa Genebra.
 

Os envolvidos são responsáveis pelo processo de planejamento, articulação, coordenação, execução e avaliação das ações de prevenção e controle dos efeitos da estiagem no município. Dessa forma, são adotadas medidas preventivas a partir do acompanhamento dos índices de baixa umidade relativa do ar, da previsão meteorológica e vistorias de campo.

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