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Orquestra Sinfônica de Campinas completa 95 anos disposta a renovar
A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas está em processo de receber novos integrantes e ter o seu quadro de músicos renovado. Atualmente, é constituída por 61 músicos fixos num total de 119 que completam o seu corpo de músicos.
Considerada uma das orquestras mais importantes do Brasil, a Sinfônica chega aos 95 anos disposta, dinâmica e atual. A Orquestra busca manter o protagonismo que sempre teve para a cidade, país e mundo, com seus músicos de altíssimo nível. A largada para este novo caminho já foi dada.
A Sinfônica ganhou novo maestro em 2022; abriu novo concurso para músicos em 2023; anunciou uma temporada renovada em 2024 e a meta é continuar agradando tanto o seu público habitual, quanto criar novos apreciadores e oferecer a todos experiências artísticas ainda mais vibrantes.
Patrimônio cultural e artístico da cidade, seus músicos desejam compartilhar o talento e experiência de quem já faz parte desta história com os novos artistas que continuarão sua brilhante trajetória.
A expectativa do diretor da Orquestra, Wanilton Mahfuz, é manter a excelência artística da Sinfônica, “visto que, com a efetivação dos novos músicos, teremos maior estabilidade na performance da Orquestra, atualmente sujeita à contratação de temporários”.
Para o maestro Carlos Prazeres, o concurso “atinge em cheio a alma deste grupo histórico que é a Orquestra”. “Com o quadro de músicos renovado, o grupo se enche de ânimo e determinação para povoar esta cidade com tudo o que há de mais especial na história da música.”
A secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, lembra que foram dados vários passos para “perenizar a Orquestra e tornar duradouro o seu protagonismo”. Ela cita a contratação do maestro Carlos Prazeres, “um líder que rege esta nova etapa da Sinfônica, e a recomposição do corpo de músicos por meio do concurso público, que atraiu 1.030 candidatos de altíssimo nível”. O último concurso aberto foi há 13 anos.
“A Orquestra é um lar”
Silas Lima é harpista da Orquestra desde 1980, o músico com mais tempo de Sinfônica. Ele conta que sua família veio para Campinas em 1975. “Minha mãe veio para a Orquestra através do maestro Benito Juarez. Eu era estudante de violino e depois passei para a harpa e comecei a estudar. Entrei para a Orquestra em 1980 e estou até hoje”.
A violonista Danielle Lessa ingressou na Sinfônica cinco anos depois, em 1º de abril de 1985. “Estou completando 39 anos na Orquestra e vou me aposentar este ano. Ela foi uma casa para mim, sabe!”, ressalta.
Para ela, a orquestra é um lar, onde a gente tem muitos amigos, tem muitas histórias. No cômputo total, segundo Danielle, foi um trabalho maravilhoso ao qual ela se dedicou ao longo de todos esses anos. “Dediquei minha vida para essa orquestra, realmente eu dediquei minha vida”.
Ela destaca a importância que a Orquestra tem para a cultura da cidade e do país. “A Sinfônica de Campinas é uma orquestra maravilhosa, muito bem-vista, e nacionalmente conhecida por todo o histórico dela de música popular, de música clássica, música erudita. É uma orquestra eclética que já tocou de tudo, já fez de tudo e abrange a cultura num todo.”
Fernando Hehl, trombonista, ingressou na Orquestra em seu último concurso em 2010. “Para mim sempre foi um sonho fazer parte da Sinfônica, sentar-se na cadeira e apresentar-se ao púbico”.
Ele viu a Sinfônica pela primeira vez, em 1997, em uma apresentação na cidade em que morava, em São Carlos. Ele tinha 15 anos. “Dali pra frente eu coloquei na minha cabeça que meu objetivo era me formar músico e fazer parte desta Orquestra”.
Fernando também diz ter boas expectativas para o futuro da Sinfônica com a entrada de novos músicos. O mesmo sentimento tem o colega André Mendes, flautista, que entrou no mesmo concurso em 2010. “Sou otimista quanto ao futuro da Orquestra. Tenho certeza da continuidade de um trabalho musical de excelência, onde o encontro das gerações garantirá a qualidade do trabalho não somente em um futuro próximo, também conduzirá esse honroso legado para as próximas gerações.”