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PIC alerta para uso excessivo de telas na primeira infância
Os dispositivos eletrônicos, como celulares e tablets, estão no alcance das crianças desde cedo. O problema é que a exposição precoce dos pequenos aos meios digitais pode causar diversos prejuízos em seu desenvolvimento.
“Hoje já está comprovado do ponto de vista científico que o excesso de telas e a baixa exposição a atividades externas é um fator para o aparecimento de miopia em crianças, ou para a piora da miopia naquelas que já tenham essa alteração”, explica Andrea Lopes, pediatra e coordenadora da área da Criança e Adolescente no Departamento de Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde.
Mas não para por aí, existe também a possibilidade de a criança desenvolver Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e até se desconectar da natureza.
“É importante ficarmos atentos à recomendação da Organização Mundial da Saúde a respeito do tempo de contato. Deve-se evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, sem necessidade, nem mesmo de forma passiva. Para crianças com idade entre dois e cinco anos, é preciso limitar o tempo de telas para no máximo uma hora por dia, e sempre com a supervisão de pais, cuidadores e responsáveis”, complementar a pediatra.
O Plano Primeira Infância Campineira (PIC) tem como um de seus eixos temáticos o controle da exposição precoce das crianças nas mídias digitais e eletrônicas. Um dos objetivos é organizar e criar espaços de convívios e ambientes que ofereçam atividades físicas e lúdicas para crianças e suas famílias.
Estes ambientes visam justamente afastar a criança das telas e a inserir novamente em ambientes onde terá a diversão e o aprendizado lúdico como polo durante seu crescimento. Campinas conta com 25 parques e bosques, além de equipamentos de lazer espalhados por praças da cidade.
“Temos colocado todos os esforços para que a gente possa desemparedar a cidade para a criança. A criança com contato com a natureza se reconecta, tanto é que o déficit de ambientes abertos gera ansiedade, TDAH e também contribuí para doenças crônicas não transmissíveis que são decorrentes da inatividade”, afirma Thiago Ferrari, coordenador do Plano Primeira Infância Campineira (PIC).
Mãe de um filho de apenas um ano, Joyce Gonçalves, executiva do PIC, explica que a rede de apoio é fundamental nesses momentos. “No meu lugar de mãe, é fácil falar quando eu tenho uma rede de apoio e tenho um repertório de brincadeiras e atividades para essa criança. Mas a gente precisa pensar na realidade de cada família. Não dá para julgar uma mãe solo, que não tem com quem contar”, complementa.
Sobre o Plano Primeira Infância Campineira (PIC)
O PIC é baseado na criação de medidas e na valorização das crianças que estão na Primeira Infância (de zero a seis anos). Desta forma, contribui na inserção dos pequenos como detentores de um papel importante na sociedade e os auxilia no caminho de um desenvolvimento adequado.