Nossa Cidade
PL do Executivo prevê isenção de taxas para entidades assistenciais
Por meio de projeto de lei do Executivo Municipal, entidades assistenciais de Campinas poderão ter isenção de taxas de alvarás e outras documentações das áreas de Planejamento e Urbanismo. O projeto prevendo a medida foi assinado e encaminhado para votação na Câmara Municipal pelo prefeito Jonas Donizette nesta sexta-feira, dia 29, em cerimônia no Salão Vermelho, com a presença de representantes de 52 entidades assistenciais de Campinas.
Segundo o prefeito Jonas Donizette, o PL é um reconhecimento ao trabalho de prestação pública de serviços realizada pelas entidades que desenvolvem atividades de relevante interesse social em Campinas. A isenção será dada às organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, das áreas de Assistência Social, Saúde e Educação do município de Campinas.
Jonas Donizette agradeceu às entidades que “há muito tempo fazem um trabalho importante para ajudar Campinas. Ser prefeito deste município é diferenciado porque há muitas pessoas boas com vontade de ajudar, o que suaviza nossa tarefa”. Em sua fala, o prefeito destacou ainda que “as entidades assistenciais de Campinas mereciam muito mais, mas diante das nossas limitações é um gesto que podemos fazer e vai ajudar tanto na parte financeira quanto na regularização, para que possam trabalhar tranquilamente”, afirmou.
A Secretária Municipal de Assistência Social e Segurança Alimentar, Eliane Jocelaine Pereira, afirmou que “os marcos regulatórios, as legislações e as reflexões acerca das políticas públicas de cunho social, educação e saúde evoluíram, e muito, devido ao trabalho das instituições e associações filantrópicas ao longo da história”. No âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), segundo a secretária, o município conta com uma extensa rede privada parceira, constituída pelas entidades presentes e por muitas outras “responsáveis pela oferta de serviços que representam hoje mais de 21 mil metas de atendimento dentro da cidade de Campinas”.
Eliane afirmou que a atual gestão, desde 2013, realiza investimentos e prima pela manutenção e qualificação dos serviços e, além disso, procura formas de beneficiar as entidades ao desonerá-las de despesas, para que os recursos sejam utilizados na sua finalidade constitutiva. “Esse projeto é significativo para muitas dessas entidades que, em tempos difíceis, precisam de mais recursos para manutenção de seus serviços, complementando o que é recebido e repassado pelo Poder Público”.
Falando em nome das entidades, Marcos de Figueiredo Ebert, vice-presidente da Área Socioeducativa da FEAC – Federação das Entidades Assistenciais de Campinas, contou que o projeto era um pleito antigo em Campinas e possibilitará que o recursos sejam dirigidos às atividades fins das entidades assistenciais. Ebert também ressaltou a sensibilidade da Prefeitura ao atender a essa questão, mesmo em tempos tão difíceis para a economia, inclusive para o município, ao dispor desses recursos em prol de quem tanto precisa.
O evento também contou com a presença da primeira-dama, Sandra Ciocci, que atua à frente de iniciativas sociais da Prefeitura como a Campanha do Agasalho, o Outubro Rosa e o Transforma Campinas, movimento que aproxima entidades e voluntários. A Câmara Municipal também enviou representante para o evento.
Isenção
As entidades poderão ter isenção de taxas como certidões em geral, ficha de informação e segunda via de planta – que custam R$ 30,50, R$39,96 e R$ 50,72, respectivamente. O PL prevê, ainda, isenção de taxas para concessão ou renovação de alvará de uso para atividades de caráter provisório ou permanente, cujo custo varia de R$ 998,91 até R$ 5.394,11 para concessão e de R$ 649,29 até R$ 3.506,17 para renovação, e evento beneficente, que tem taxa entre R$ 396,56 e R$ 13.318.
As taxas de expedição de diretrizes urbanísticas (cadastramento de terrenos), revalidação de diretrizes, retificação de medidas e áreas/atualização cadastral de lotes e desmembramento são cobradas de acordo com a metragem do terreno. Sendo assim, uma entidade que tem um terreno com cinco mil metros quadrados deveria pagar R$ 2.830,25. Se for uma área grande, com 20 mil metros quadrados, por exemplo, o custo seria de R$ 6.323,43.
Outras taxas das quais as entidades poderão ter isenção são a aprovação e regularização de projetos e execução de obras e edificações. Uma entidade com 500 metros quadrados de área construída, por exemplo, pagaria R$ 5.563,35 de taxas.
Exemplos
Na Entidade Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa, segundo a presidente da entidade e do Conselho Municipal de Assistência Social de Campinas, Celina Dias Silva, a economia com as taxas, principalmente alvará, ficará em torno de R$ 34 mil a cada três anos. “Esse valor é suficiente para ajudar cerca de 350 pessoas durante um mês inteiro”, contou.
Para o diretor do CPTI (Centro Promocional Tia Ileide) e do Projeto Gente Nova (Progen), Dettloff Von Simson, a isenção das taxas também é muito esperada, pois possibilitará a regularização das entidades. “Muitas entidades querem se regularizar, mas não conseguem devido à falta de condição financeira, já que precisam honrar os compromissos do dia a dia, nos quais se incluem honorários de psicólogos, assistentes sociais e alimentação das crianças e jovens”, apontou.